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Governo americano investiga Michael Moore por viagem a Cuba
Da AFP
10/05/2007 | 17:47
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O documentarista americano Michael Moore está sendo investigado pelo governo dos Estados Unidos por sua recente viagem a Cuba, como parte de um novo filme sobre o sistema de saúde americano, informou o porta-voz do cineasta nesta quinta-feira.

Moore, que ganhou um Oscar em 2002 por "Tiros em Columbine", estava sob investigação por levar um grupo de socorristas para tratamento médico em Cuba e, desta forma, romper o embargo que os Estados Unidos impõem à ilha há 45 anos.

A cópia de uma carta do Tesouro americano, destinada a Moore, dá ao cineasta 20 dias úteis para explicar o propósito da viagem e dar detalhes, inclusive suas datas de partida e nomes e endereços daqueles que o acompanharam.

"Este escritório não tem registro de que uma licença específica tenha sido emitida autorizando o senhor a fazer transações de viagem envolvendo Cuba", diz a carta, datada de 2 de maio e assinada pelo chefe do Departamento de Controle de Bens Estrangeiros (Office of Foreign Assets Control).

A porta-voz de Moore, Lisa Cohen, disse que o cineasta levou cerca de 10 socorristas para Cuba em fevereiro para tratamento médico.

O grupo sofria de problemas de saúde suspeitos de ligação com o trabalho que desempenhavam limpando os destroços do Marco Zero, onde se erguiam as torres-gêmecas do World Trade Center, em Nova York, destruídas nos atentados de 11 de setembro de 2001.

Ela disse ainda que Moore conseguiu colocar a cópia do filme em um lugar seguro fora dos Estados Unidos para protegê-lo da interferência do governo.

Meghan O'Hara, produtora de "SiCKO", o novo filme de Moore, que deverá estrear no Festival Internacional de Cinema de Cannes, na próxima semana, culpou o presidente George W. Bush pela investigação sobre a viagem.

"Os esforços da administração Bush para realizar uma investigação de motivações políticas sobre Michael Moore e 'SiCKO' não nos impedirão de assegurar que o povo americano assista a este filme", disse ela em um comunicado.

Bush tem sido um alvo freqüente dos filmes de Moore, principalmente no documentário "Fahrenheit 11/09" (2004), com o qual ganhou a Palma de Ouro de Cannes, no qual ele acusa o presidente americano de explorar os ataques de 11 de setembro para justificar as guerras no Iraque e no Afeganistão.

O embargo a Cuba foi introduzido em 1961 pelo então presidente americano, John F. Kennedy, e desde então foi intensificado várias vezes, com o objetivo expresso de levar democracia ao país comunista.

Segundo os termos do embargo, cidadãos americanos não podem gastar dinheiro em Cuba, o que efetivamente os impede de viajar ao país, situado apenas 150 km do extremo sudeste dos Estados Unidos.




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