O técnico Ênio Vecchi, demitido da Seleção Feminina há uma semana, não poupou críticas à rainha Hortência, diretora da Confederação Brasileira de Basquete e principal responsável pela dispensa. Segundo o treinador, a dirigente não manteve a palavra e nem deu explicações sobre o porquê da mudança de rota, já que ele havia cumprido a parte mais importante do planejamento, que era conseguir vaga para a Olimpíada de Londres (2012).

"A Hortência não manteve a palavra. Ela tem o direito de me demitir, mas não fez muito sentido esta decisão. Depois dos meus resultados, com o que havia sido planejado, não entendi muito bem esta minha saída", esbravejou o treinador. "Como jogadora, ela foi brilhante, mas como dirigente ainda falta muita coisa. Ela vai aprender com os erros. Quando ela assumir um compromisso, tem de cumprir", completou.

No primeiro momento, Hortência se negou a dar justificativas sobre a demissão. Dias depois, em conversa com o mesa-tenista Hugo Hoyama em evento, ela deixou escapar à imprensa que a demissão aconteceu porque o treinador fez testes durante a disputa dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México, e acabou ficando fora da disputa pela medalha de ouro.

Vecchi evitou comentar a escolha de seu substituto, Luiz Cláudio Tarallo, 45 anos, que trabalhava com as Seleções Brasileiras de base. Ele apenas pediu para que o presidente da CBB, Carlos Nunes, se posicionasse para evitar dar superpoderes à ex-jogadora.

"Acho que o presidente tem de cobrar a Hortência e assumir uma postura mais firme. Se não colocarem freios nela, a situação poderá ficar muito pior. Ela está tomando decisões muitos espontâneas", lamentou Vecchi.