Política Titulo Corrupção
Envolvimento da OAS no Petrolão afetará S.Bernardo

Cidade é a única da região a manter contratos com empreiteira que tem dívida de R$ 7,7 bi

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
08/02/2015 | 07:52
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Ricardo Trida/DGABC


O envolvimento da Construtora OAS no esquema de corrupção investigado na Petrobras vai afetar o andamento das obras em São Bernardo. Com dívidas de aproximadamente de R$ 7,7 bilhões, a empreiteira está em vias de solicitar recuperação judicial e, segundo informações apuradas pelo Diário, caminha para abandonar os serviços contratados pelo governo do prefeito Luiz Marinho (PT), devendo ser substituída por empresa de médio porte para conclusão dos projetos de drenagem e infraestrutura na cidade.

A construtora é responsável por cerca de 90% da execução dos canteiros do gênero no município. Entre elas, a construção do piscinão do Paço, situado no estacionamento do prédio do Executivo, que corresponde ao Projeto Drenar, programa de combate às enchentes de São Bernardo e maior plataforma política do secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli (PT), um dos possíveis prefeituráveis do petismo para a eleição de 2016. A equipe do Diário esteve no local e constatou poucos operadores trabalhando na obra, cujo os gastos da proposta estão estimados em R$ 295 milhões, grande parte financiado pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal.

Em janeiro, reportagem publicada revelou que a obra beirava o descaso e que os poucos funcionários da empresa confirmaram a demissão de aproximadamente 200 pessoas. Na ocasião, Marinho reconheceu morosidade no andamento das intervenções, entretanto atribuiu o problema à paralisação do repasse de recursos advindos da União, da ordem de R$ 20 milhões.

Outro projeto tocado pela OAS é a construção do Corredor Leste-Oeste, uma das 12 vias de ônibus propostas pelo chefe do Executivo. O trecho sairá da divisa com Diadema, pela Estrada Samuel Aizemberg, passando pela Avenida José Odorizzi, Viaduto Tereza Delta, avenidas Francisco Prestes Maia e Tiradentes, chegando à Praça dos Bombeiros, no Jardim Irajá, em São Bernardo. A obra foi iniciada em julho e tem prazo de 18 meses para ser finalizada. O orçamento é de R$ 209 milhões e conta com recursos federais.

A gestão Marinho é a única da região a manter contratos com a empreiteira, que estuda recorrer a recuperação judicial – medida utilizada por empresas em crise e tem como principal objetivo evitar a falência. É pedida quando a companhia perde a capacidade de pagar suas dívidas. No País, a OAS já está no mercado como inadimplente, uma vez que há pagamentos no valor de R$ 100 milhões em débitos.

A construtora afirmou que não iria se posicionar sobre o assunto. A Prefeitura, por sua vez, não retornou aos contatos solicitados.




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