A derrota eleitoral não abalou os planos do deputado estadual José Augusto da Silva Ramos, o Zé Augusto (PSDB-Diadema). O tucano, que não conseguiu a reeleição, já mira a disputa municipal de 2012 e se credencia como "o candidato" da oposição ao prefeito Mário Reali (PT).

O parlamentar, no entanto, terá alguns obstáculos no caminho. O vereador Lauro Michels (PSDB) também tem intenções em disputar a cadeira. Devido ao desgaste do partido na cidade, o também vereador José Dourado propõe que o PSDB passe pelo processo de prévias para escolha do candidato e reformule o grupo tucano.

"Prévias não são a vocação do PSDB. Sempre escolhemos o candidato mais votado da cidade para disputar a Prefeitura. Quando o governador vem à cidade, quem fala é o mais votado. Ainda tenho votos para ser o candidato", avisa Zé Augusto.

No histórico eleitoral pela Prefeitura, o tucano carrega números negativos, apesar de ter governado a cidade (1989 a 1992). Logo após ser expulso do PT em 1992, passou a pleitear o Paço. Foi derrotado cinco vezes, uma pelo PPS e outras quatro pelo PSDB. Em quatro eleições foi derrotado por petistas e em uma pelo PSB.

Sem apoio - O deputado falou pela primeira vez após ter perdido a reeleição no dia 3 e atribuiu o fracasso eleitoral à "irresponsabilidade" dos vereadores do PSDB da cidade.

Os parlamentares Lauro Michels e Márcio Pascoal Giudicio, o Márcio da Farmácia, trabalharam em Diadema pela reeleição do deputado estadual de São Bernardo Orlando Morando (PSDB).

"Foi uma decisão equivocada deles porque eu, inclusive, conversei com eles para fortalecer o partido no município", explicou. O PT, principal adversário do PSDB, tem forte base eleitoral em Diadema. "O trabalho na cidade é duro, mas acharam que não deviam me ajudar. Tive de respeitar. Foi uma covardia muito grande", definiu.

Em seu reduto eleitoral, Zé Augusto alcançou 31.817 votos, dos 51.952 que recebeu no total - 10 mil a menos do que o último eleito da coligação PSDB/DEM. Enquanto em território diademense Morando obteve 6.097 votos.

Zé Augusto acredita que os dois vereadores favoreceram o adversário. "O jogo do PT era tirar meu mandato. Se tivessem uma visão de partido, teriam me apoiado."