Cultura & Lazer Titulo
Angélica à vontade
Mariana Trigo
Da TV Press
30/07/2006 | 04:30
Compartilhar notícia


Com quase 30 anos de carreira, Angélica esbanja diplomacia. Sempre preocupada com a repercussão de cada palavra que diz, a apresentadora evidencia toda a maturidade que conquistou ao longo de sua vida na TV. Desde que foi eleita a criança mais bonita do Brasil no programa do Chacrinha, aos 4 anos, a paulista
de Santo André não parou mais. Mas só agora, com o Estrelas, Angélica conseguiu uma produção mais madura, distante do público infantil e sem ser um quadro, como o Video Game, do Video Show. Leia os principais trechos da entrevista:

PERGUNTA – O Estrelas é um programa que entra na privacidade dos artistas, que constantemente se incomodam com essa invasão. Não é contraditório?

ANGÉLICA – Nós mostramos apenas o que os artistas nos permitem exibir. Mas realmente temos uma dificuldade enorme em conseguir essas pautas. É normal as pessoas não quererem mostrar sua privacidade. Apesar de ter vários amigos no meio, é difícil convencê-los, até porque não sou eu quem liga para as pessoas para marcar. Demoramos a convencer os entrevistados. A sorte é que tenho o carinho e o respeito de muita gente, de vários colegas. Mas minha maior preocupação é sempre fugir do estilo das revistas de fofocas. Não mostro quem se separou de quem. O engraçado é que as entrevistas que fizeram mais sucesso foram as que menos mostraram a intimidade das pessoas, as mais civilizadas.

PERGUNTA – Qual o critério que você utiliza ao sugerir as pautas, em selecionar quem deve ser entrevistado?

ANGÉLICA – O importante é mostrar não só gente famosa, mas quem tem o que mostrar, o que falar e que seja exemplo de alguma coisa. Não consigo levar todas as pessoas que eu quero ao programa. Levamos desde pessoas que estão despontando na carreira até artistas já consagrados. Me sinto segura fazendo esse tipo de produção. Na verdade, hoje em dia, me sinto segura para apresentar qualquer tipo de programa, ainda mais nesse estilo, com artistas e celebridades. E agora minha faceta de apresentadora-repórter está sendo explorada de forma intimista com o Estrelas.

PERGUNTA – Há anos você reivindica um programa na Globo. O Estrelas é o programa que você tanto queria ter?

ANGÉLICA – O formato dele foi mudando muito. Minha cabeça também mudou de uns tempos para cá. Te garanto que hoje estou feliz com o programa. O programa que eu quero é aquele que me faz sentir à vontade, onde eu possa estar em contato com o público. Gosto muito também de platéia, de animar um espaço, trocar idéias com convidados. Sempre programas de entretenimento e inovadores. Eu me adapto com facilidade.

PERGUNTA – Você não acha que o Estrelas é muito parecido com o Video Show? O conteúdo é basicamente de artistas da Globo. Onde você identifica essa inovação?

ANGÉLICA – Essa linha parecida foi proposital. Há muitos anos o público está acostumado a ver o Video Show no começo das tardes de sábado. É legal não ser tão diferente por isso, apesar de serem produções opostas, já que o Video Game é um game com auditório e o outro não. Mas o programa precisava ser diferente do Caldeirão do Huck, que vem logo em seguida. Mas não tenho nenhuma cobrança da emissora ou do público em ser diferente. Minha preocupação é que o público se identifique.

PERGUNTA – Em algum momento você se sentiu desperdiçada na Globo?

ANGÉLICA – Não. Fiz muitas coisas na emissora. Acho que trabalho muito e sempre. Lá eles acreditam demais no meu trabalho. Me dão a oportunidade de aprender muito. Minha intenção é sempre fazer programas que tenham algum lado social, que contribuam na vida das pessoas.

PERGUNTA – Daqui a um ano e meio você completa 30 anos de carreira desde que foi lançada no programa do Chacrinha, aos quatro anos. Que avaliação você faz da sua trajetória na TV?

ANGÉLICA – (pausa) Meu Deus, me assusta você falar em 30 anos de carreira! Mas é gratificante. Sempre tive altos e baixos. Outro dia estava conversando sobre a minha carreira com a Marieta Severo e cheguei à conclusão de que sempre usei a intuição para tudo. Estreei como apresentadora de TV aos 12 anos e, de uma hora para outra, percebi que não fazia mais programas infantis. Tive muitas dúvidas de que caminho seguir na adolescência e passei por sofrimentos como todo profissional. Mas sempre soube que queria fazer TV e vou fazer uma festa de comemoração nessa data de 30 anos (risos). Me sinto recomeçando todos os dias com a energia de uma menina.

PERGUNTA – Tanta energia se deve à maternidade?

ANGÉLICA – Completamente! (risos). Foi uma injeção de hormônios absurda que me deu uma energia que eu nem esperava nesse último ano. Começou uma nova fase na minha vida. Estou com 32, mas com energia de 20. Não sei se foi a maternidade mesmo, mas com o nascimento do Joaquim passei por uma virada na vida. Esse momento balzaquiano me deu uma energia forte, mas com toda a maturidade da idade. Me sinto muito melhor agora do que com 20 anos. Estou me sentindo! (risos). Estou mais calma, menos ansiosa. Nem cheguei a ter a crise dos 30. Acho que nem tive tempo! São dois programas no ar!

PERGUNTA – Várias vezes você conciliou dois programas ao mesmo tempo. A última foi com o Video Game e o Fama. Quais as dificuldades de acumular duas produções simultâneas?

ANGÉLICA – Já trabalhei muito na vida e consigo dar conta do recado. Mas meu ritmo de trabalho diminuiu. Isso é ótimo até porque tenho outras coisas para cuidar, tenho a minha vida pessoal. Só não dá para conciliar três ao mesmo tempo porque tenho o Joaquim. Fora isso, quero ter tempo para namorar meu marido, curtir a vida de casada e pensar num próximo bebê a partir do ano que vem.



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;