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Seqüestrador de Diniz dá coletiva em Fortaleza
Do Diário do Grande ABC
19/01/1999 | 15:30
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``O que fiz nao deve ser copiado'. A afirmaçao é do seqüestrador do empresário Abílio Diniz, o cearense Raimundo Rosélio Costa Freire, em entrevista à imprensa, segunda-feira em Fortaleza. Com o estado de saúde ainda debilitado e 26 quilos mais magro, o seqüestrador foi retirado de sua cela e levado para uma sala ao lado da biblioteca do Hospital Otávio Lobo, onde está temporariamente instalado, para conversar com os jornalistas.

O seqüestrador afirmou que fez uma reflexao e chegou à conclusao de que a chamada 'Operaçao Carmelo', como foi denominado o seqüestro do empresário, foi um erro cometido por parte dos seus comandantes que davam as ordens de El Salvador. ``Estávamos engajados na luta dos guerrilheiros salvadorenhos. O objetivo era conseguir dinheiro para manter o grupo com alimentos e armas.

Rosélio disse ainda que o seqüestro foi um erro político porque prejudicou o processo eleitoral da época. ``Os companheiros de El Salvador nao fizeram avaliaçao de que a operaçao poderia prejudicar o processo democrático pelo qual estava passando o Brasil. O processo de luta armada nao vale a pena e nao leva a nada. O seqüestro é um ato bárbaro. Cheguei até a pedir desculpas ao PT pela Operaçao Carmelo', desabafou Rosélio.

Segundo ele, as imagens mostradas pelos jornais e televisao com material de propaganda do Partido dos Trabalhadores tiveram a intençao de tentar vincular o gesto do grupo ao PT. ``Entrei nessa luta e acabei perdendo dez anos de minha vida``. Indagado sobre as ordens de execuçao do refém, o seqüestrador afirmou que o grupo nao era assassino e que em nenhum momento se pensou em executar Abílio Diniz, já que o objetivo era o dinheiro.

A expectativa do advogado do seqüestrador e presidente da OAB local, Paulo Quezado, é de que seu cliente saia do Hospital Otávio Lobo diretamente para o convívio de sua família em Juazeiro do Norte. ``Rosélio deve ser beneficiado com o livramento condicional e pagar o restante de sua pena em liberdade, tendo apenas que apresentar-se mensalmente na Coordenadoria do Sistema Penitenciário', afirma Quezado.




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