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Japão quer utilizar G8 como tribuna para suas aspirações à ONU
Da AFP
03/07/2005 | 15:43
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O Japão pretende aproveitar a reunião de cúpula do G8, que começa na próxima quarta-feira em Gleneagles, na Escócia, para promover sua candidatura a uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

A reunião do G8 (Grupo dos oito países mais ricos e Rússia), da qual participará o primeiro-ministro japonês Junichiro Koizumi, será dedicado essencialmente aos esforços em favor dos países pobres.

"Entretanto, se surgir a oportunidade, gostaríamos de conversar sobre a reforma das Nações Unidas", declarou Mitoji Yabunaka, o vice-ministro das Relações Exteriores.

A cúpula do G8 é vista como uma boa oportunidade para o Japão de obter o apoio de outros países ricos antes da reforma da ONU, prevista para setembro deste ano, às suas aspirações de se juntar aos Estados Unidos, à França, à Grã-Bretanha, à China e à Rússia no clube dos integrantes permanentes do Conselho de Segurança.

"Já chegou a hora de o Japão se tornar integrante permanente do Conselho", considera o influente analista político Kenichi Takemura.

"A contribuição do Japão às Nações Unidas é enorme. Até mesmo os atuais integrantes permanentes devem entender que é injusto que as nações que saíram vitoriosas da Segunda Guerra Mundial ainda controlem a ONU 60 anos depois do fim do conflito", afirmou.

Porém, alguns observaram que nenhum progresso importante sobre a questão da reforma da ONU será realizado durante a reunião do G8.

Muitos políticos, diplomatas e jornalistas japoneses acusam a China de utilizar constantemente o passado militarista do Japão para manter sua hegemonia sobre a região asiática e impedir seu arqui-rival de exercer uma maior influência no cenário internacional.

O Japão lançou para uma cadeira permanente do Conselho uma candidatura conjunta com Brasil, Índia e Alemanha. Este G4 também deseja que dois países africanos se juntem ao seleto grupo dos integrantes permanentes.

Em Gleneagles, Koizumi terá a oportunidade de conversar novamente com os presidentes brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e indiano A.P.J.Abdul Kalam, que serão os convidados do G8.

Oficialmente Tóquio prometeu que se manterá solidário do G4 apesar de uma recente proposta de Washington sugerindo uma ampliação do Conselho do Segurança limitada a dois países, entre eles o Japão.

"Esperamos a cooperação de vocês", declarou recentemente Koizumi aos embaixadores de 33 países africanos reunidos em Tóquio, prometendo duplicar a ajuda japonesa ao continente.

O Japão considera que merece uma cadeira permanente por ser o segundo maior contribuinte das Nações Unidas depois dos Estados Unidos.



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