Itamar deve decidir sobre sua permanência ou afastamento do partido no próximo dia 9, quando acontece a convenção nacional do partido que elegerá o novo presidente. O governador avisou que se o partido "continuar como um apêndice do presidente da República”, ele e seus aliados — os denominados oposicionistas — vão repensar e podem deixar a legenda.

Em entrevista coletiva na Assembléia Legislativa de São Paulo, as críticas ao governo federal não foram poucas. Para ele, o presidente Fernando Henrique Cardoso “tenta minar” sua candidatura em 2002. "Ele não esconde isso a ninguém. O presidente usa uma máscara, é um homem ardiloso, um homem falso, ingrato e está interferindo no PMDB", disse.

O governador afirmou ainda que tem recebido vários convites de outras legendas e que vai meditar sobre a probabilidade de adesão a cada uma. No entanto, ele não informou quais foram os partidos que lançaram as propostas, mas elogiou o PL e o PDT. "Eu tenho uma fraternidade quase pessoal com o PL, por conta do relacionamento que tinha com o deputado Álvaro Vale.

Tenho também grande respeito ao PDT e ao Brizola", declarou. Ele disse ainda que não concorda com a forma com que PMDB vem compactuando com a política "nefasta" de FHC.

Nesta quinta-feira, o governador anunciou a desistência de sua candidatura à liderança nacional do partido. Segundo ele, a decisão foi tomada porque seu principal objetivo, o de unir o PMDB e afastá-lo de "esquemas governistas", não foi atingido.

Itamar negou que tenha feito um acordo com o deputado federal Michel Temer (SP). Jornais de todo o país publicaram nesta sexta que os peemedebistas teriam concordado em deixar a presidência do partido para Temer e que, assim, uma candidatura própria à sucessão de Fernando Henrique.

"Não há hipótese de um acordo com Temer. Como falar em consenso com essa gente que não representa os ideais pelos quais o PMDB luta. Até disse ao vice-governador (Newton Cardoso) que poderia receber o Temer, mas avisei: 'Diga a ele o que eu penso'", afirmou.