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ABC é quartel-general de indústrias multinacionais
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
03/08/2002 | 19:39
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Conhecido nacionalmente por causa das montadoras e de outras grandes indústrias multinacionais, o Grande ABC passa a sediar também os escritórios centrais destas empresas na América do Sul e atrair outras de menor porte, interessadas nesta concentração de poder de decisão dos South American Headquarters. A concentração das sedes de três das quatro maiores montadoras do país na região atrai a presença de novos players mundiais, interessados na proximidade com estes centros de decisão.

A indústria automobilística chamou a Saargummi, uma indústria de capital alemão especializada na fabricação de perfis de borracha para vedação automotiva. A empresa chegou a São Bernardo em 1999 e ocupa desde então um imóvel alugado onde antes funcionava a Diana. Agora expande sua atuação com investimento de R$ 80 milhões, metade em uma fábrica às margens da Anchieta e outra metade junto ao complexo industrial da Ford, em Camaçari, na Bahia. A sede será em São Bernardo. “Temos no Grande ABC um grande pólo automotivo, com a presença de montadoras que são clientes mundiais da empresa”, disse o controller da Saargummi, Antônio Augusto da Silva. Ele conta que, na região, a empresa aplicou dinheiro do próprio bolso. Na Bahia, parte do investimento realizado foi financiada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Transferência – Com a reestruturação da unidade Anchieta, onde depositou R$ 2 bilhões, a Volkswagen do Brasil concluiu também a transferência do quartel-general que antes funcionava no bairro do Jabaquara, em São Paulo. Lá vai funcionar apenas o banco da montadora. Todas as operações na América Latina são comandadas das novas instalações ao lado da fábrica em São Bernardo.

A GM, que tem seu quartel-general da América do Sul instalado em São Caetano, deverá inaugurar em breve as novas instalações do centro tecnológico, o que reforça a presença da empresa na cidade. Ao longo da mesma avenida Goiás também funcionam escritórios centrais de subsidiárias da companhia em diversos segmentos.

A multinacional Intea chegou em agosto do ano passado para oferecer serviços especializados de treinamento de pessoal envolvido no atendimento pós-venda de veículos. Tem um contrato de fornecimento para a GM e fechou mais um, com a Renault, instalada em Curitiba. “A idéia de vir para o ABC surgiu por causa das grandes indústrias que estão por aqui. Mas no fim, acabamos descobrindo que São Caetano, além de ser uma cidade nova, tem prédios novos e preços muito convidativos”, disse o superintendente da empresa, Eduardo Carlos.

Eduardo afirma que outro grande diferencial do Grande ABC é a mão-de-obra especializada e a proximidade com instituições como o Instituto Mauá de Tecnologia e a FEI (Faculdade de Engenharia Industrial). “Com esta equipe, podemos montar o que quisermos”, afirmou. A Intea estuda exportar para a Europa softwares desenvolvidos com outras duas empresas de pequeno porte, a Serta e a People Solutions (ambas de São Paulo).

A unidade brasileira da Intea é a primeira da empresa nas Américas, mas a multinacional tem escritórios também na Alemanha, Turquia, Polônia, Espanha e Portugal. O escritório emprega sete profissionais. Todos falam fluentemente mais de dois idiomas e conhecem profundamente a indústria automobilística.




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