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Edson Cegonha quer se livrar do apelido
Nelson Cilo
Especial para o Diário
20/01/2000 | 23:04
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O técnico interino do Corinthians, Edson Barbosa, sugeriu aos repórteres, quase em tom de apelo, que risquem definitivamente o apelido que aparecia no lugar do sobrenome dele. O substituto de Oswaldo de Oliveira - o chefe passa férias no Rio - disse que a designaçao nunca o incomodou nos últimos 30 anos em que passaram a chamá-lo de Cegonha.

Mas, ao justificar o pedido à imprensa, Edson, ex-volante do Corinthians, Sao Paulo, Palmeiras e Seleçao Brasileira, reclamou da maneira pejorativa, segundo ele, como alguns jornais o identificaram ao assumir provisoriamente o cargo. Outro sinal de que o treinador já mudou de comportamento logo no segundo dia no comando absoluto do time: ninguém deve mais tocar na vida pessoal dele.

O craque-boêmio do período de 1966 até 1986 nao vê nenhum problema em lembrar que ele e a cantora Beth Carvalho foram casados durante cinco anos - e que tiveram a filha Luana -, mas Edson, ex-ator de cinema, nao gostou da maneira como focalizaram o papel que desempenhou no filme "Nao se faz mais amor como antigamente". Edson era um dos dois amantes da atriz Alcione Mazeo, ex-mulher do humorista Chico Anísio, que traía o marido na história.

Edson nao gosta de lembrar a parte do enredo em que, ao contrário de um dos namorados de Alcione, nao tinha uma pintinha na bunda - detalhe que o marido fictício notou ao invadir o quarto e ver o invasor pular pela janela. Num jogo entre Corinthians e Sao Paulo - estava tudo no enredo - o massagista socorria o craque. Baixou a sunga e o calçao para verificar o local machucado. O marido de Alcione o perseguia sistematicamente. Furioso, invadiu o gramado, mas nao viu a pintinha no bumbum de Edson. Assim, estava salvo da morte. Afinal, ele nao era o outro. "Como eu era um gala, me convidavam para participar de alguns filmes. Isso nao interessa mais. Agora as pessoas querem mexer no meu passado, mas de um jeito que nao tem nada a ver. De hoje em diante, só vou falar de futebol", avisou, incisivo.

Edson também negou que tenha apontado o falecido Cláudio Coutinho, Sebastiao Lazaroni e Paulo César Carpegiani como os melhores técnicos do futebol brasileiro de todos os tempos. Segundo ele, os três foram citados como exemplo de estilo revolucionário que procuraram implantar. Nada mais que isso. "Cometeram uma grande injustiça contra os três. Aliás, o Lazaroni nem consegue mais emprego aqui. No Brasil é assim: o que é novo assusta as pessoas. Se as mudanças nao dao certo num primeiro momento, te massacram. Mas acho que sempre vale a pena tentar. Admiro a ousadia de quem acredita em si", explica Edson, que elegeu os dois favoritos: Wanderley Luxemburgo e Oswaldo de Oliveira.

"Estávamos, eu e o Luxemburgo, em um bar de Bragança Paulista. Eu falei na cara dele: gosto do teu jeito de trabalhar no futebol. Os conceitos que você passa nas entrevistas... Repeti: você é o melhor. Portanto, nao é de hoje. Quanto ao Oswaldo, os motivos, claro, sao óbvios. Os três títulos conquistados recentemente diriam por mim", conclui Edson, um pouco mais arredio.




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