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Peritos do INSS entram em greve
Gabriela Gasparin
Especial para o Diário
15/09/2006 | 22:41
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Os médicos peritos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) iniciaram sexta-feira greve por tempo indeterminado. A decisão dá continuidade à paralisação iniciada há dois dias. Entre as reivindicações da categoria estão melhores condições e mais segurança no trabalho. Funcionários de agências do Grande ABC aderiram ao movimento.

As unidades de Santo André e Mauá não ofereceram o serviço de perícia médica aos segurados. Segundo o deputado da AMNP (Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social) em São Bernardo e Diadema, Nelson Roitberg, ambas as agências tiveram o setor funcionando normalmente. “Há uma certa resistência dos funcionários dessas cidades em aderirem ao movimento”, explicou.

Em São Caetano e Ribeirão Pires, os médicos também trabalharam, de acordo com informações da gerente executiva do INSS em Santo André, Fátima Conceição Gomes. Já em São Paulo, das 23 agências que contam com o atendimento da perícia, quatro funcionaram normalmente, três parcialmente e em 16 o setor não operou.

Neste sábado, os médicos peritos da região devem realizar um mutirão voluntário de atendimento em São Bernardo, para diminuir a carga excessiva de trabalho e receber segurados que já tinham a perícia médica agendada. “São pessoas que precisavam de um atendimento com certa urgência”, explicou.

A categoria solicita maior segurança no trabalho pois, de acordo com os médicos, é comum eles serem agredidos por segurados descontentes com os resultados dos exames.

A classe também solicita um aumento no número de consultórios, alegando que há 1,3 mil deles para uma demanda de 500 mil consultas mensais. Outro pedido é a reestruturação da perícia médica da Previdência, deixando-a sob chefia de um médico – e não do setor administrativo, como ocorre hoje.

Legalidade – A manifestação foi legitimada pela Justiça após uma solicitação do INSS pedindo que a ação fosse impedida – com o pagamento de R$ 100 de multa por perícia médica não efetuada.

Porém, a categoria deve cumprir a determinação da Justiça de que 30% dos médicos peritos façam atendimento de casos considerados de urgência – pessoas com mais de 65 anos ou com doenças graves.

O sindicato informa que, caso um médico seja agredido em seu trabalho, ele deve suspender o atendimento. Entre as sugestões da classe para a melhora da segurança no trabalho estão, inclusive, a presença de seguranças armados nas agências.

Benefícios – O INSS divulgou sexta-feira o sexto edital de suspensão de benefícios em razão do Censo Previdenciário. O documento com os nomes dos beneficiados pode ser encontrado na página do Ministério da Previdência Social na internet (www.previdencia.gov.br).
(Supervisionado por Hugo Cilo)



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