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Minoritários da Ambev podem reverter perdas
Adriana Mompean
Do Diário do Grande ABC
20/03/2004 | 19:34
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Os acionistas minoritários que se sentiram prejudicados com as transações da fusão da AmBev com o grupo Interbrew, e com a venda do controle da Embratel para a Telmex (Teléfonos de México S/A) poderão recuperar seus investimentos a médio e longo prazo, de acordo com especialistas do mercado de capitais.

“Estão falando muito em perdas, mas o que ocorreu foi uma desvalorização das ações. Quem se sentiu prejudicado poderá recuperar os valores também a médio e longo prazo”, afirma Gregorio Rodriguez, gerente do departamento econômico da corretora Socopa (Sociedade Corretora Paulista).

No caso da Ambev-Interbrew, as ações desvalorizadas foram as preferenciais, que não proporcionam direito de voto e não têm o tag along (direito dado aos minoritários de venderem as ações em caso de mudança acionária, por valor semelhante ao do bloco controlador). Em fevereiro, a ação preferencial da Ambev era cotada em cerca de R$ 700, o lote de mil. As especulações da fusão e de uma suposta diluição no capital da companhia fizeram com que o valor – que subiu para R$ 802 em 1º de março – caísse para R$ 638 no dia 3 de março, no anúncio da fusão. Já no último dia 18, o preço foi cotado em R$ 551. “Entretanto, a empresa fez na última semana reunião na Bovespa dizendo que aumentaria os dividendos das ações”, diz Harold Thau, sócio da Técnica Assessoria de Mercado de Capitais. “Não se sabe o que vai acontecer daqui para frente, mas um fato positivo é que a AmBev tem apresentado excelente capacidade gerencial nos últimos anos”, diz Hélio França, professor do Ibmec Educacional.

No caso da Embratel, houve uma desvalorização das ações ordinárias por conta de especulações iniciadas no final de fevereiro de que um consórcio com operadoras brasileiras iria oferecer um valor alto pela empresa, o que impulsionou as ações, que passaram de R$ 12 (lote com mil) em 20 de fevereiro para quase R$ 16 em 12 de março. Após a realização do negócio, as ações despencaram por conta da venda da empresa por um valor inferior ao esperado pelo mercado. A proposta vencedora foi de US$ 360 milhões, 35% inferior aos US$ 550 milhões oferecidos pelo consórcio formado por Telemar, Telefônica e Brasil Telecom. Em 18 de março, a cotação da ON era de R$ 11,8.

Segundo Nilton Milioni, presidente da Apimec-SP (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), quem era investidor de médio prazo da Embratel não perdeu. Ele diz que as ações da empresa operaram em junho de 2003 numa faixa de R$ 6 e alcançaram valores entre R$ 13 e R$ 14 de novembro a fevereiro deste ano. “No final de fevereiro, o valor, que estava em R$ 12, subiu para R$ 16 e, após a realização do negócio, voltou para R$ 12. Só perdeu quem especulou”, afirma.




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