Pouco afetado pela idade, o chefe de Estado permanece um eterno esportista, mantendo o recorde de permanência no poder, como um boxeador sobre o ringue. Diante dele passaram dez presidentes americanos, contra os quais Fidel jurou lugar até a "última gota de sangue".

"Ave César! Os que vão morrer te saúdam, George W. Bush, chefe maldito do império - desafia, teatral. Como um bom tático, Fidel continua aproveitando a mídia a seu favor e deu um jeito para que um homem de negócios americano, David Dickson, presidente da Sysco Alabama, gigante da distribuição alimentar nos Estados Unidos, fosse o primeiro a lhe dar os parabéns pelo dia.

Assim como os aniversários anteriores, esse não dá nem de longe qualquer sinal de aposentadoria. Como diz Fidel Castro, os revolucionários não se aposentam. De qualquer maneira, apenas seu irmão Raul, ministro da Defesa, parece "habilitado" para sucedê-lo.

Em Havana, capital cubana, a maior parte dos observadores consideram prematuro falar em "saúde declinante", apesar de um desmaio em público em 2002, atribuído ao forte calor.

Libertador para alguns, ditador para outros, ele continua a ser sempre Fidel, para o melhor e o pior, aos olhos da grande maioria de 11 milhões de cubanos.

Longe de concluir que Cuba deveria passar por reformas depois do desaparecimento do bloco soviético, Fidel Castro não foi além da abertura turística em 1993, da introdução do dólar e da aceitação de algum capital estrangeiro.

Mais de dez anos depois, Cuba continua nadando contra a maré. O investimento estrangeiro é desencorajado e a economia passa por um processo de recentralização.