A comercialização de carros usados no Grande ABC caiu 20,5% entre outubro e setembro deste ano. No mês passado foram vendidas 23, 1 mil unidades, frente a 29 mil dois meses atrás.

Em comparação ao comércio em todo o Estado de São Paulo, a queda foi maior na região. Os negócios realizados passaram de 189,1 mil para 163,3 mil, retração de 13,6%.

Os dados estatísticos foram levantados pela Assovesp (Associação dos Revendedores de Veículos Automotores no Estado de São Paulo) e do Sindiauto (Sindicato de Comércio Varejista de Veículos Usados do Estado de São Paulo).

Para George Assad Chahade, diretor responsável da Assovesp, a situação se deve a um só aspecto: a dificuldade de crédito.

O preço dos automóveis vendidos também diminuiu: se em setembro o valor médio era de R$ 30 mil, em outubro foi de R$ 26 mil. Entre os veículos populares, o preço dos mais comercializados registrou queda de R$ 25 mil para R$ 22 mil.

O volume de crédito ofertado no mercado em setembro era maior, 90% ante 65% no mês passado. Além disso, o saldo financiado era superior, passando de 95% para 75% do valor a ser quitado. O prazo de parcelamento também estava acima do atual: há dois meses as vendas de veículos usados eram divididas em até 51 vezes. Um mês atrás, em até 46 vezes. O período foi reduzido em meio ano.

"As restrições ao financiamento também aumentaram, pois se antes a pessoa tinha de comprovar renda três vezes superior à parcela, hoje são exigidas quatro vezes mais, até cinco. Portanto, a pessoa que ganhasse R$ 1.5000 por mês podia arcar com parcelas de até R$ 500 para comprar um carro de R$ 10 mil. Agora, é preciso ter renda de pelo menos R$ 2.000, R$ 2.500", explica Chahade.