Política Titulo Desobstrução
Famílias do Baraldi têm caminho livre
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
25/12/2011 | 07:49
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Celso Luiz/DGABC


A passagem que liga as 220 famílias do bairro Baraldi até o Parque Selecta, em São Bernardo, foi reaberta na manhã de ontem. O prefeito Luiz Marinho (PT) participou da liberação da Estrada do Montanhão, localizada na divisa com Santo André e fechada desde o dia 15. A desobstrução da via foi iniciada na sexta-feira, mas não foi concluída no mesmo dia por conta dos grandes obstáculos colocados pelo Semasa, de Santo André.

A liberação da via foi festejada pelos moradores que, acompanhados do prefeito, percorreram a pé os 1.800 metros que estavam fechados. "Foi uma grande vitória. Com certeza as nossas organização e luta motivaram a reabertura", comemora a dona de casa Soraia Roseli Tolotte, 33 anos.

A rápida desobstrução surpreendeu quem vive no bairro. "Eu esperava que a gente fosse ficar isolado por uns dois meses, no mínimo. Que bom que agora vamos poder receber familiares para o Natal", desabafa a dona de casa Maria Lúcia de Souza Silva, 49.

 

Para o operador de fundição Isaac Mariano, 48, a retirada das barreiras representa alívio, já que sua sobrinha de 9 anos faz tratamento contra tumor no rim, no Hospital das Clínicas, em São Paulo. "Depois que fechou, ficamos desesperados. O tratamento dela teve de ser interrompido."

 

LIMINAR

Na quinta-feira, liminar emitida pelo Tribunal de Justiça determinou que o Semasa ou a Prefeitura de Santo André executasse a abertura imediata da estrada, o que não aconteceu. Em recesso, o órgão andreense afirmou que não foi notificado oficialmente da decisão.

Para Marinho, o Semasa fugiu para não ter de realizar o serviço. "Soube de gente de lá do Semasa que, quando souberam da decisão, foram embora imediatamente para não serem atormentados." Diante da inércia do município vizinho, São Bernardo buscou na Justiça autorização para executar a liminar.

O prefeito espera que a partir de agora o debate em torno da via seja feito com "racionalidade e bom-senso". "Eu já me ofereci à Prefeitura de Santo André para que a gente assuma a manutenção em toda a estrada, inclusive no trecho que pertence a eles. Infelizmente, não tivemos retorno."

Marinho afirma que não visitou a estrada no dia do fechamento para "não fazer besteira". "A minha vontade era colocar a guarda municipal para enfrentar a Polícia Militar e impedir o bloqueio. A PM teria de me prender. Mas, infelizmente, essa foi uma ordem judicial e eu tive que aceitar com dor no coração."

IMBRÓGLIO

O processo que determina o fechamento da estrada tramita desde 1992 e tem como motivador a questão ambiental. A alegação do Ministério Público é de que o tráfego na via oferece danos ao meio ambiente. A via fica em área de manancial.




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