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Vereadores recusam 'pizza de sindicância' em Mauá
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
01/06/2011 | 07:19
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Fernando Nonato/DGABC


A sessão de ontem da Câmara de Mauá foi marcada por manifestação popular curiosa. Conforme promessa antecipada pelo Diário, o líder comunitário João Lopes, o João de Mauá (PMDB), ofereceu pizzas aos vereadores em protesto à falta de resultados da sindicância criada há três meses para investigar o uso irregular dos carros oficiais do Legislativo.

Os principais convidados para a fornada foram Rômulo Fernandes (PT) e Edimar da Reciclagem (PSDB), integrantes da sindicância que, após 93 dias, aguarda parecer do Ministério Público para nortear a apuração na Casa. "A investigação não acabou em pizza, até porque não acabou", defendeu-se o tucano, que recusou um pedaço.

Com aceno que tentou disfarçar sorriso amarelo diante da situação embaraçosa, Rômulo, presidente da investigação, também rejeitou. O outro integrante do grupo, Alberto Betão Pereira Justino (PSB), não compareceu ao plenário.

João de Mauá gastou R$ 45 em três pizzas grandes (duas metade muçarela e metade calabresa, e uma portuguesa), mas não se sentiu desprestigiado pela "desfeita" dos vereadores. "Não estou frustrado. Eles não merecem comer."

Apesar da recusa dos parlamentares, as pizzas acabaram em poucos minutos, apreciadas pelo público que acompanhou a sessão. Todos foram informados por João dos motivos do protesto. "Conheço isso (uso irregular de carros oficiais) há 30 anos. Não vou atrás por medo de morrer", enfatizou o aposentado José de Souza, o Lampião, 74.

Ao término da plenária, Rômulo rebateu João de Mauá. "A sindicância irá prosperar a partir do momento em que ele tiver coragem de formalizar a denúncia nesta Casa." O líder comunitário é o autor de acusação encaminhada ao MP, mas se nega a prestar depoimento aos vereadores por temer represálias.

 

Auxílios a desabrigados são aprovados em definitivo

 

Pizzas à parte, a Câmara de Mauá aprovou em definitivo projeto que autoriza o Executivo a abrir crédito adicional de R$ 1,6 milhão, valor repassado pelo governo do Estado para a concessão de auxílio emergencial de R$ 300 mensais a 701 famílias atingidas pelas chuvas de janeiro, além de R$ 1.000, em parcela única, a 362 famílias desabrigadas.

Matéria do presidente da Casa, Rogério Santana (PT), que declara de utilidade pública o Núcleo Espírita Chácara das Flores Eurípedes Barsanulfo, também passou, mas em primeira votação. Com a alteração, a entidade poderá pleitear repasses públicos e privados destinados a atividades educativas, esportivas e culturais para crianças e adolescentes de baixa renda, trabalhos desenvolvidos pela instituição.

Já requerimento falho apresentado por Ivan Gomes, o Batoré (PP), foi retirado da pauta a pedido do autor. O documento solicitava ao Ministério Público a instalação de elevadores para cadeirantes na estação ferroviária, quando o correto seria direcionar o pedido à Prefeitura.




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