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Governo francês inicia negociações após greve geral
Da AFP
14/05/2003 | 15:28
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O governo francês iniciou, nesta quarta-feira, negociações com os sindicatos para "melhorar" seu projeto de reforma previdenciária, repudiado na terça-feira nas ruas por quase dois milhões de pessoas, ao mesmo tempo que a greve se prolongava nos transportes públicos parisienses.

O ministro de Assuntos Sociais, François Fillon, se reuniu com os sindicatos para debater seu projeto de elevar de 37,5 para 40 os anos de contribuição necessários para que os funcionários públicos possam receber 100% de suas pensões ao se aposentarem. Os trabalhadores do setor privado já são obrigados a contribuir durante 40 anos para que possam se aposentar.

Depois da greve geral desta terça, o primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin disse que seu governo se manterá "firme", mas deixou aberto um caminho de negociação. "Bem-vindas sejam todas as propostas que permitam melhorar a reforma (...), tranqüilizar os franceses preocupados e cujos espíritos sejam construtivos e razoáveis", declarou.

O secretário-geral do sindicato CGT, Bernard Thibault, já antecipou que pedirá ao governo "a abertura de verdadeiras negociações, com bases diferentes das que nos foram apresentadas". Seu colega da CFDT, François Chereque, se afastou da posição da CGT. "Se o ministro tem diante dele sindicatos que já decidiram se opor ao que resultar da negociação, não fará concessões", explicou.

A imprensa francesa destacou a importância da greve de terça-feira. "Êxito", foi o título de capa do Parisien; "Volta a questão social", anunciava o Le Monde; "A forte mobilização pesará sobre as negociações com o governo", advertiu o Liberation.

Os jornais compararam a mobilização de terça-feira com as manifestações de 1995, quando as greves contínuas obrigaram o então primeiro-ministro Alain Juppé a retirar seu projeto de reforma da previdência. Dois anos depois, a direita perdeu as eleições legislativas.

A greve continuou nesta quarta-feira em vários setores, como por exemplo os transportes públicos parisienses (RATP). Nas assembléias gerais os funcionários da RATP decidiram prolongar a greve até a manhã de quinta-feira. A maioria das linhas de metrô e os trens das proximidades da capital francesa foram afetados, surpreendendo os habitantes de Paris, que pensavam que a greve já havia acabado.




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