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Diminui mortalidade por infartos no mundo
Do Diário do Grande ABC
06/05/1999 | 14:40
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A mortandade em funçao de enfermidades cardiovasculares diminuíram no mundo, segundo os resultados do estudo internacional coordenado pela Organizaçao Mundial da Saúde (OMS) em 21 países de quatro continentes, publicados pela revista médica britânica The Lancet, em sua ediçao do próximo sábado.

O estudo, iniciado no começo dos anos 80, é o mais vasto e mais extenso já realizado no mundo em termos de supervisao da evoluçao epidemiológica das doenças cardiovasculares e permitiu analisar 166.000 casos de infarto cardíaco na populaçao de todo o mundo.

O resultado global mostra uma diminuiçao anual da mortandade por infartos de 2,7 % em média, entre os homens, e 2,1% entre as mulheres, ambos entre 35 e 64 anos de idade, ao longo de dez anos de observaçao. ``Isto corresponde a uma baixa de mortandade de 20 a 30 % em dez anos', explicou o professor Philippe Amouyel (do Instituto Pasteur de Lille, Norte da França), um dos cinco autores do estudo, junto com o professor Hugh Tunstall-Pedoe (Universidade de Dundee, Gra-Bretanha).

Os pesquisadores estudaram, por um lado, a freqüência dos infartos do miocárdio entre os 7,2 milhoes de pessoas observadas e, por outra parte, sua sobrevivência.

Segundo os médico, o fato notável da diminuiçao da mortandade global causada pelas enfermidades cardiovasculares, das quais o infarto é representativo, se deve mais à diminuiçao do número de casos de infarto do que ao aumento da sobrevivência dos pacientes atingidos por infartos. A diminuiçao do número de infartos incide em aproximadamente dois terços nesta baixa da mortandade, e o avanço na sobrevivência dos pacientes somente em um terço.

Por outra parte, aumentos da freqüência dos infartos, mortais ou nao, sao observados em certos países do Leste e do Centro da Europa e da Asia. ``Em Pequim, a incidência (número de casos de infarto) aumentou 2,3 % por ano e a mortalidade (falecimentos em conseqüência dos infartos) 1,1 % por ano entre os homens', explicou o professor Pierre Ducimetiere, coordenador do estudo na França, onde um milhao de pessoas foram observadas

No entanto, é preciso levar em conta que as situaçoes de partida sao muito diversas. Como exemplo, para os homens de 35-64 anos, a taxa média de infarto em dez anos na China é de 80/100.000 habitante, quando é de 777/100.000 em Glasgow (Escócia) e de 280/100.000 na França, assinalou o epidemiólogo do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica (INSERM), da França.

``A taxa de mortalidade por doença coronária varia muito de um país para o outro e de uma regiao para outra dentro de um mesmo país', comentou o dr. Joseph Alpert (Tucson, Arizona, EUA). Existe uma gradaçao da mortalidade decrescente de Norte a Sul, pelo menos em dois países de Europa. Por exemplo, ``Toulouse (Sul de França) tem taxas de doenças coronárias comparáveis às da Espanha, e Lille (Norte da França) comparáveis às da Bélgica', enfatizou o professor Amouyel.

As diminuiçoes de casos mais importantes dizem respeito aos países da Europa do Norte, onde a freqüência das enfermidades cardiovasculares também é a mais alta. A melhoria das condiçoes de vida, o reforço da medicina preventiva e os progressos na atençao dos pacientes nos últimos anos contribuíram para essa reduçao da freqüência.

Além dos países da Europa (incluindo o antigo bloco comunista), participaram no estudo a China, a Austrália, Canadá e Estados Unidos.




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