O estudo, iniciado no começo dos anos 80, é o mais vasto e mais extenso já realizado no mundo em termos de supervisao da evoluçao epidemiológica das doenças cardiovasculares e permitiu analisar 166.000 casos de infarto cardíaco na populaçao de todo o mundo.
O resultado global mostra uma diminuiçao anual da mortandade por infartos de 2,7 % em média, entre os homens, e 2,1% entre as mulheres, ambos entre 35 e 64 anos de idade, ao longo de dez anos de observaçao. ``Isto corresponde a uma baixa de mortandade de 20 a 30 % em dez anos', explicou o professor Philippe Amouyel (do Instituto Pasteur de Lille, Norte da França), um dos cinco autores do estudo, junto com o professor Hugh Tunstall-Pedoe (Universidade de Dundee, Gra-Bretanha).
Os pesquisadores estudaram, por um lado, a freqüência dos infartos do miocárdio entre os 7,2 milhoes de pessoas observadas e, por outra parte, sua sobrevivência.
Segundo os médico, o fato notável da diminuiçao da mortandade global causada pelas enfermidades cardiovasculares, das quais o infarto é representativo, se deve mais à diminuiçao do número de casos de infarto do que ao aumento da sobrevivência dos pacientes atingidos por infartos. A diminuiçao do número de infartos incide em aproximadamente dois terços nesta baixa da mortandade, e o avanço na sobrevivência dos pacientes somente em um terço.
Por outra parte, aumentos da freqüência dos infartos, mortais ou nao, sao observados em certos países do Leste e do Centro da Europa e da Asia. ``Em Pequim, a incidência (número de casos de infarto) aumentou 2,3 % por ano e a mortalidade (falecimentos em conseqüência dos infartos) 1,1 % por ano entre os homens', explicou o professor Pierre Ducimetiere, coordenador do estudo na França, onde um milhao de pessoas foram observadas
No entanto, é preciso levar em conta que as situaçoes de partida sao muito diversas. Como exemplo, para os homens de 35-64 anos, a taxa média de infarto em dez anos na China é de 80/100.000 habitante, quando é de 777/100.000 em Glasgow (Escócia) e de 280/100.000 na França, assinalou o epidemiólogo do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica (INSERM), da França.
``A taxa de mortalidade por doença coronária varia muito de um país para o outro e de uma regiao para outra dentro de um mesmo país', comentou o dr. Joseph Alpert (Tucson, Arizona, EUA). Existe uma gradaçao da mortalidade decrescente de Norte a Sul, pelo menos em dois países de Europa. Por exemplo, ``Toulouse (Sul de França) tem taxas de doenças coronárias comparáveis às da Espanha, e Lille (Norte da França) comparáveis às da Bélgica', enfatizou o professor Amouyel.
As diminuiçoes de casos mais importantes dizem respeito aos países da Europa do Norte, onde a freqüência das enfermidades cardiovasculares também é a mais alta. A melhoria das condiçoes de vida, o reforço da medicina preventiva e os progressos na atençao dos pacientes nos últimos anos contribuíram para essa reduçao da freqüência.
Além dos países da Europa (incluindo o antigo bloco comunista), participaram no estudo a China, a Austrália, Canadá e Estados Unidos.
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