Férias são sinônimos de descanso, de sombra, água fresca e muita alegria. Mas o Santo André quer ficar longe disso tudo e, para isso, tem de reverter hoje (16h), no Estádio do Pacamebu, a vantagem que o Palmeiras tem no confronto válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil. No primeiro duelo, na semana passada, no Bruno Daniel, o Verdão venceu (2 a 1), o que obriga o Ramalhão a ganhar por 2 a 0 ou diferença superior - gol fora de casa vale dois. "Vamos procurar continuar na competição. Esse é o objetivo da diretoria e dos jogadores", disse o goleiro Neneca.

A palavra de ordem dos palmeirenses é cautela para não serem eliminados novamente, como diante do Goiás pelas semifinais da Sul-Americana do ano passado. Na ocasião, o Verdão também tinha vantagem e foi despachado no Pacaembu. "Não podemos esquecer do que aconteceu. Contra o Goiás também entramos como favoritos e fomos surpreendidos. De repente, o que aconteceu naquele duelo servirá de lição agora. Estamos concentrados e preparados. Vamos entrar em campo pensando que está 0 a 0. Depois, no fim do jogo, veremos se a vantagem inicial que temos será importante", disse o volante palmeirense Marcos Assunção.

Para a equipe do Grande ABC é necessário ter ousadia. "O Palmeiras tem a vantagem, mas também vai precisar jogar. A torcida vai cobrar isso deles e, a partir daí, temos de aproveitar os espaços. O importante é ter marcação forte sobre o Valdivia, o Kleber e o Cicinho, que tiveram certa facilidade no primeiro jogo", salientou o técnico andreense Sandro Gaúcho.

No Palmeiras, Felipão deve manter a equipe da primeira partida. No Santo André, Marcelo Godri e Vitor Hugo estão suspensos, enquanto Valmir e Altair, machucados. Em relação ao jogo da semana passada, o treinador pode mudar o time. "Podemos fazer duas linhas de quatro (4-4-2) ou jogar no 3-5-2", afirmou Gaúcho, que deve optar pelas entradas de Mario Jara, João Paulo e Gilberto.

Com crédito, Neneca se diz preparado para decisão nos pênaltis

Caso o resultado do primeiro jogo entre Santo André e Palmeiras (2 a 1) se repita hoje, a decisão de quem vai às quartas de final da Copa do Brasil será nos pênaltis. Para o goleiro Neneca, que defendeu parcialmente as duas cobranças de Kleber na primeira partida - resultaram em gol na sequência -, se o duelo desta noite for às cobranças alternadas sua experiência pode fazer a diferença a favor do Ramalhão.

"A gente treina bastante no dia a dia e procuro estudar os batedores oficiais. Com isso, acaba tendo tranquilidade maior. Além disso, são cinco cobranças que te dão chances de defender pelo menos uma", afirmou.

CARAVANA

Os torcedores andreenses que quiserem ir ao Pacaembu terão ônibus gratuitos saindo às 13h do Estádio Bruno Daniel.

Alex Silva cobra personalidade do grupo

O volante/lateral-direito Alex Silva deve ser um dos titulares do técnico Sandro Gaúcho na partida contra o Palmeiras. O jogador, que também foi escalado no primeiro duelo, cobra postura de seus companheiros em busca do resultado que mantenha o Ramalhão vivo no primeiro semestre.

"Primeiro precisamos ter personalidade, agredir o Palmeiras e trabalhar a bola com tranquilidade. Sabemos que eles têm um ataque forte e necessitamos de atenção na parte defensiva. Mas, ao mesmo tempo, quando criarmos oportunidades precisamos fazer os gols", afirmou.

Como é volante de origem, Alex tem características mais defensivas do que Iran e, justamente por isso, foi a opção do treinador. "O lado esquerdo do Palmeiras é forte com o Luan, que vai até o fundo, que tabela com o Kleber. Então, tenho que diminuir ao máximo os espaços", explicou. "Temos todos que tentar diminuir os espaços deles o quanto pudermos e estar colados antes de a bola chegar neles", emendou.

REMEDIAR

A classificação às quartas de final da Copa do Brasil seria uma forma de superar de vez a queda à Série A-2 do Paulistão. "Temos esperança de amenizar o rebaixamento", afirmou o goleiro Neneca. "É uma possibilidade de virar uma imagem ruim que deixamos", emendou o volante argentino Mario Jara, que deve ser titular.

Invicto na temporada, zagueiro Danilo pede cautela e atenção

Quando o zagueiro Danilo está em campo, significa que o Palmeiras não será derrotado. Pelo menos até agora na temporada foi assim. Nas 19 vezes em que atuou em 2011 o time venceu 14 e empatou cinco. Hoje, contra o Santo André, o jogador está confirmado ao lado de Thiago Heleno, mas prefere minimizar a relação entre suas marcas e os triunfos alviverdes.

"Esses números mostram a regularidade e o nosso bom momento, mas prefiro esquecer e não levar isso para dentro de campo. Cada partida é uma história e a partir de agora é um outro campeonato para todos os clubes. Se a gente não for bem no mata-mata, de nada vai adiantar ter ido tão bem até o momento. Esses números expressivos só ficarão marcados se a gente conseguir o título", disse Danilo.

O defensor também mantém cautela na hora de falar sobre o jogo de hoje. "Já joguei em time do Interior (Paulista de Jundiaí) e sei o quanto crescem nessas horas. Não pode dar moleza. Contra o Santo André, temos uma vantagem, mas não podemos entrar em campo pensando nela. E diante do Mirassol é jogo único. Se acontecer algo de errado, podemos colocar tudo a perder. É manter a confiança que atingimos durante a competição e acreditar que podemos continuar avançando de fase", concluiu Danilo. (das Agências)

Interesse do S.Paulo em Cicinho agita ambiente alviverde

Às vésperas do jogo contra o Santo André, o ambiente no Palmeiras sofreu ligeira turbulência por causa do São Paulo. Isso porque o rival confirmou o interesse no lateral-direito Cicinho, que está emprestado pelo Oeste até o fim do ano, após ter se destacado no Ramalhão.

O técnico Luiz Felipe Scolari tentou não se alongar no assunto, mas aproveitou para criticar o Tricolor. "Não devo ser eu a responder sobre esse tipo de cafajestagem. Já disse ao Tirone (Arnaldo, presidente do Palmeiras) que tem de saber quem são os honestos. Tem muito anjinho com chifre e rabo", afirmou.

Segundo o vice de futebol alviverde, Roberto Frizzo, há interesse em manter o jogador. "O contrato dele vai até dezembro. Estamos em abril ainda, véspera de jogos fundamentais para o time e não estamos preocupados com isso. É normal que tenha assédio, mas nós temos interesse em permanecer com ele. Falar sobre a questão de ética é complicado porque o futebol tem outro tipo de código de ética. Prefiro não me manifestar. Estamos tranquilos e o jogador tem situação de contrato conosco."

O presidente do Oeste, Ernesto Garcia, confirmou a consulta são-paulina, mas disse que a preferência é do Verdão. "Só faremos negócio com outro clube se o Palmeiras não quiser. O Palmeiras tem até o meio do ano para pagar R$ 2,5 milhões e adquirir 50% dos direitos do jogador. Se eles não quiserem, aí podemos negociar com outros clubes que já nos procuraram." (das Agências)