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Diadema busca parcerias para crescer na área esportiva
Nilton Valentim
Do Diário do Grande ABC
16/02/2009 | 06:13
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Diadema mantém os dois pés no chão quando o assunto é esporte - a ordem é oferecer opções para a população -, mas não deixa de sonhar com voos mais ousados - equipes fortes de competição, por exemplo -, desde que amparados por parcerias da iniciativa privada.

A cidade nunca teve uma grande marca esportiva. Mas conta com uma população extremamente engajada (que exige cada vez mais dos administradores públicos) e participativa, o que explica o sucesso do Mulheres em Movimento, programa de ginástica iniciado em 1989, que conta hoje com 4.500 praticantes e foi contemplado com o Prêmio Brasil de Esporte e Lazer de Inclusão Social, do governo federal.

Para atender a demanda, o secretário de Esportes e Lazer, Rubens Xavier Martins, 52 anos, planeja colocar em prática uma série de ações voltadas a vários públicos, como a criação da escola de atletismo - que começa a funcionar nos próximos dias - e a manutenção dos 11 campos de futebol. "A ideia é trabalhar políticas públicas articuladas. Ou seja, as atividades de esportes se articulam com a educação, cultura ou outras áreas", explica.

Faz parte do planejamento também algumas ações mais arrojadas, como a criação de uma equipe profissional (pode ser de futsal ou futebol feminino) e a construção de um parque de esportes radicais. Mas isso depende da realização de convênios com empresas da região ou via Ministério do Esporte.

Confira os principais trechos da entrevista com o secretário.

DIÁRIO - Quais os planos para o esporte em Diadema?

RUBENS XAVIER MARTINS - Temos em Diadema um planejamento pautado para os Jogos Populares. Temos a consolidação da política voltada para as mulheres, que participam da ginástica. Vamos iniciar um grupo de trabalho para o atletismo, estamos reorganizando a equipe de vôlei, articulando com o comércio local e indústria a perspectiva de alguns patrocínios para as equipes, além do incentivo ao futebol feminino e escolinhas de futebol. E do ponto de vista da infra-estrutura, pretendemos montar um parque de esportes radicais e também melhorar os espaços onde hoje as pessoas praticam atividades. Ou seja, temos um olhar geral sobre a cidade, construindo um mapa do município para que, num segundo momento, possamos consolidar uma política definitiva.

DIÁRIO - O que são os Jogos Populares?

MARTINS - Vamos trabalhar a organização dos grupos que estão na cidade, que jogam nas ruas, em praças públicas. Queremos fazer campeonatos organizados. E no final de tudo isso, fortalecer os Jogos da Primavera, em setembro. É uma competição que tem uma grande tradição, que envolve em torno de 5.000 atletas. Também no final do ano, queremos realizar um quadrangular de futebol feminino.

DIÁRIO - E os campos de futebol da cidade, como estão?

MARTINS - Hoje nós temos 11 campos. O Taperinha, de grama natural, queremos preservar. Piraporinha é de grama sintética. Estamos colocando grama sintética no Inamar, entregamos em abril, em em seguida fazer mais um campo oficial para dar conta da demanda do campeonato oficial da Liga de Futebol e reforçar as escolinhas.

DIÁRIO - Pelo que dá para entender, a meta de Diadema é trabalhar bem o esporte comunitário?

MARTINS - Nós pensamos também no esporte de alto rendimento. Mas para isso precisamos ter parceiros. Nós estamos falando com as empresas da cidade, envolvendo o prefeito Mario Reali, já que o esporte de alto rendimento é caro e a qualidade pressupõe parceria com empresas. Pretendemos trabalhar essa lógica, do comunitário, ou base. Mas com parcerias nós podemos ter a estrutura necessária para dar o passo seguinte, que é fortalecer algumas modalidades com patrocínios.

DIÁRIO - Diadema mantinha um convênio com o time de futebol do Middlesbrough da Inglaterra. Isso ainda existe?

MARTINS - Temos uma parceria com uma entidade (Diadema 21), que desenvolve as escolas de futebol e que mantém este convênio. A própria rainha da Inglaterra já esteve aqui. Nós queremos que essa parceria prossiga e até que seja ampliada. Vamos receber em março uma equipe de garotos (categoria sub-15) de Tóquio (Japão), que ficará aqui 12 dias (22 de março a 2 de abril). Queremos que estes convênios se consolidem.

DIÁRIO - Qual a verba da Secretaria de Esportes?

MARTINS - Nossa verba hoje está em torno de R$ 5,8 milhões. Mas esperamos que possa aumentar a partir da consolidação de projetos, de parcerias que podemos conseguir e de recursos de ministérios do governo federal, que temos a possibilidade de conquistar. Até por conta da minha função de coordenador nacional do Setorial de Esportes (do PT) tenho alguns contatos em que procurarei consolidar essas possibilidades. A ideia é trabalhar políticas públicas articuladas. Ou seja, as atividades de esportes se articulam com a educação, cultura ou outras áreas e, a partir daí, podemos ter a chance de alcançar um recurso maior.

DIÁRIO - Com relação ao projeto de construção do estádio do Santos no Eldorado, que acabou não se confirmando. O que realmente ocorreu?

MARTINS - Houve uma negociação com a Prefeitura para que fosse cedido um terreno e havia um grupo de empresários querendo construir o estádio, com o pressuposto de ter um grande clube brasileiro envolvido. E havia uma possibilidade desse estádio ser uma das sedes da Copa de 2014, o que acabou não acontecendo. Se tivermos novamente parceiros com dinheiro e um time de futebol querendo fazer seu estádio aqui em Diadema, estamos com o coração aberto para desenvolver este tipo de parceria. O projeto não foi em frente, não sei qual a parte - não foi a Prefeitura - que não teve mais interesse.

DIÁRIO - Em termos de esportes, qual a grande meta deste governo?

MARTINS - Se ao final deste mandato tivermos uma equipe consolidada, já será um grande avanço. Isso melhora a qualidade de vida, aumenta a alto estima da cidade. Qualquer modalidade que a gente consiga um grande patrocínio, ela pode ganhar projeção. Futebol é caro. O vôlei já tivemos e tem essa novidade do futebol feminino, que seria interessante.

DIÁRIO - O senhor fez referência ao atletismo. Como será esse trabalho?

MARTINS - Nós vamos montar uma escolinha. Destacamos dois profissionais que já trabalham com a modalidade. Vamos trabalhar a princípio no clube Okinawa e no Parque do Eldorado. Vamos começar com corrida e depois passamos para outras especialidades.

DIÁRIO - E os ginásios esportivos, como estão?

MARTINS - Hoje nós temos dois ginásios para competições, o Mané Garrincha e o Ayrton Senna, que oferecem condições básicas para se competir. Mas temos pretensões de termos alguma coisa um pouco maior, com medidas oficiais e que acompanhem as normas internacionais.

DIÁRIO - A Secretaria atende quantas pessoas por mês?

MARTINS - Entre 12 a 15 mil por mês. Juntando os atendimentos indiretos, chega a 32 mil. Nós temos uma ideia nova, que é a ocupação dos parques e praças com atividades de ginástica para as pessoas 24 horas por dia, com equipamentos e orientação de profissionais. Isso nós queremos montar já no primeiro semestre.

DIÁRIO - E o parque de esportes radicais, em que pé está o projeto?

MARTINS - Na verdade eu pedi um projeto e um orçamento. É obvio que tem o problema do recurso. Hoje a garotada pratica em vários locais, juntá-los seria muito interessante. Temos três possibilidades de locais, na Avenida Casagrande, onde já tem uma pista, um espaço no Campanário e uma sugestão dos próprios skatistas que seria na Praça Camões, no centro.




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