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Eduardo Jorge deve depor nesta terça-feira
Do Diário do Grande ABC
06/08/2000 | 22:37
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O ex-secretário geral da Presidência da República, Eduardo Jorge Caldas Pereira, deverá depor nesta terça-feira em Sao Paulo, no inquérito que investiga a gravaçao com supostas conversas do juiz Nicolau dos Santos Neto. Eduardo Jorge foi intimado pela Polícia Federal, que quer saber se ele exercia influência em decisoes do ministro do Orçamento e Planejamento, Martus Tavares para liberaçao de recursos complementares para a sede do Tribunal Regional do Trabalho de Sao Paulo. O ex-secretário afirma que jamais tratou da liberaçao de verbas.

A PF suspeita que um assessor do ex-senador Luiz Estevao, Fábio Simao, teria gravado conversas de Nicolau. Acusado de formaçao de quadrilha, estelionato, uso de documento falso e corrupçao passiva no esquema de desvio de R$ 169 milhoes destinados ao fórum, Estevao será interrogado hoje na 1ªVara Criminal da Justiça Federal. Além dele, sao réus no processo criminal, o juiz Nicolau e os empreiteiros Fábio Monteiro de Barros Filho e José Eduardo Teixeira Ferraz, respectivamente diretor-presidente e vice-presidente da Incal Incorporaçoes.

Ineficiência - A crise produzida pelas denúncias de ligaçao entre o ex- secretário geral Eduardo Jorge e o juiz - principal acusado pelo desvio de R$ 169 milhoes do TRT/SP - pôs em xeque a eficiência da coordenaçao política do presidente Fernando Henrique Cardoso. O governo saiu-se bem do depoimento de Eduardo Jorge ao Senado, mas, segundo interlocutores do presidente, o esquema de articulaçao palaciano deixou a desejar, pois Fernando Henrique teve que se envolver diretamente na costura política, chamando ao Planalto os líderes dos partidos aliados. A queixa é de que nenhum dos chamados ministros da Casa (os ministros chefes do Gabinete Civil, Pedro Parente; Secretaria Geral, Aloysio Nunes e da Secretaria de Comunicaçao Social, Andrea Matarazzo) assumiu a defesa do presidente no episódio apontado como a mais grave crise política do governo FHC.

Na coordenaçao política do Planalto, em que se incluem os líderes do governo e o ministro das Comunicaçoes, Pimenta da Veiga, também há insatisfaçoes. A maior crítica que se faz ao trio palaciano é a posiçao "recolhida" que assumiram no caso, enquanto a oposiçao insistia em vincular o presidente ao episódio. O esquema de comunicaçao, que na avaliaçao dos aliados nao mantém a opiniao pública informada sobre as açoes positivas do governo, também falhou. O líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF) defende os ministros da Casa, dizendo que "eles se portaram com o necessário equilíbrio e o distanciamento correto, deixando as responsabilidades para nós líderes."




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