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Proteínas sao o novo desafio da biogenética
Do Diário do Grande ABC
28/06/2000 | 16:51
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Depois de decifrado o genoma humano, os cientistas enfrentarao uma tarefa quase tao importante quanto a anterior e que representa um dos mistérios mais complicados da biologia: o segredo das proteínas humanas.

A questao preocupa os biólogos: por que as proteínas, essas grandes moléculas, uma vez criadas pelo organismo a partir de instruçoes contidas nos genes, adotam determinada forma segundo suas funçoes? É seu aspecto tridimensional em forma de túnel e de esfera globular que confere a cada família de proteínas propriedades biológicas particulares. Além disso, disciplinas novas como estudo das proteínas, e a "genonomia estrutural" estao atualmente em plena ebuliçao, situando as proteínas como a resposta a numerosos tratamentos terapêuticos.

As proteínas, de fato, cumprem inúmeras funçoes indispensáveis para a vida: enzima (digestao), transporte de moléculas, controle da coagulaçao sangüínea, defesa imunológica, regulaçao das células musculares (mioglobina), das transmissoes nervosas, etc. "Uma anomalia num gene pode acarretar a má ativaçao de uma uma proteína", destaca o professor Steve Scherer, do Centro de Seqüenciamento do Genoma Humano do Baylor College de Houston (Texas).

As doenças genéticas como a fibrose cística e a anemia falciforme sao causadas por uma proteína defeituosa, assim como o mal de Alzheimer. As proteínas também sao culpadas por infecçoes resistentes a antibióticos e alergias a medicamentos.

No futuro, mais que substituir um gene defeituoso, será melhor substituir uma proteína deficiente ou modificar seu comportamento, por exemplo, bloqueando sua atividade.

Os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos lançarao no outono boreal, em colaboraçao com nove países, um programa federal de genonomia estrutural de 20 milhoes de dólares, destinado a confeccionar um catálogo com as formas de cada família de proteínas, com a ajuda, entre outros testes sofisticados, da ressonância magnética nuclear (NMR).

"O que nos interessa é conseguir determinar nos próximos dez anos 10.000 compostos de proteínas", explica o professor Charles Edmonds, diretor do programa de biologia celular dos NIH. A Celera Genomics iniciará este ano o seqüenciamento de proteínas.

O projeto da IBM é mais ambicioso. O gigante da informática construirá em 2004 o computador mais poderoso do mundo, o Blue Gene (gene azul), dotado de uma capacidade de um quatrilhao de operaçoes por segundo. O objetivo é modelar os movimentos de dezenas de milhares de átomos no interior de uma proteína em plena atividade. Um problema de química molecular que exigiria, pelos meios atuais, 300 anos de cálculo.




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