Economia Titulo
EUA elevam taxa de juros para 6,5%
Do Diário do Grande ABC
17/05/2000 | 07:32
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O Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, aumentou nesta terça a taxa de juros dos fundos federais em 0,5 ponto percentual, fixando-os em 6,5%, seu nível mais alto em nove anos. Ao mesmo tempo, o Fed subiu a taxa de desconto, basicamente simbólica, que sao os juros aplicados para empréstimos diretos aos bancos, de 5,5% a 6%.Confirmando o que o mercado já esperava, a medida se constituiu em uma tentativa de desacelerar a economia e manter a inflaçao sob controle. Isso abriu espaço para que as bolsas norte-americanas mantivessem alta, com evidentes reflexos no Brasil.

O anúncio foi feito após uma reuniao a portas fechadas do comitê executivo que fixa a política sobre as taxas de juros.

Na declaraçao que divulgou, o banco disse que a economia em rápido crescimento "poderia provocar desequilíbrios inflacionários que abalariam o notável desempenho da economia". O aumento desta terça foi o sexto determinado pelo Fed desde junho do ano passado para tentar desacelerar a economia e impedir surtos inflacionários.

As bolsas de valores fecharam positivas nesta terça no mundo inteiro - exceçao à quase estabilidade em Buenos Aires, na Argentina. A Nasdaq subiu 3,05% e o Dow Jones encerrou a sessao desta terça em alta de 1,17%. Segundo analistas, os investidores receberam a decisao do Fed com tranquilidade, entendendo que seria pior se a autoridade monetária tivesse elevado a taxa em apenas 0,25 ponto para, posteriormente, em sua próxima reuniao marcada para os dias 27 e 28 de junho, aumentar os juros de forma mais truculenta.

No mercado interno, além dos bons ventos vindos dos Estados Unidos, o alívio com relaçao à situaçao econômica na Argentina também contribuiu para o bom desempenho da Bovespa. O índice da carteira teórica paulista subiu 2,02%. O volume financeiro somou R$ 616 milhoes.

De acordo com analistas, ainda é muito cedo para se dizer que a Bovespa está começando a consolidar uma tendência de recuperaçao. De qualquer forma, ponderou um executivo, o cenário interno está favorável ao comportamento da bolsa, uma vez que "o salário mínimo passou no Congresso, a inflaçao se mantém comportada e a balança comercial já está dando sinais de recuperaçao."

O mercado de câmbio ainda terá de assimilar a elevaçao da taxa de juros dos fundos federais, de 6% para 6,5%, promovida nesta terça pelo Banco Central norte-americano. Operadores também alertaram para uma possível reduçao do fluxo cambial. O dólar fechou nesta terça em baixa de 0,27%, cotado a R$ 1,82.

O índice de inflaçao norte-americana, divulgado nesta terça de manha, foi positivo porque mostrou que a produtividade está aumentando nos Estados Unidos junto com o crescimento da economia.

Segundo operadores, os países emergentes devem sofrer algumas consequências da alta dos juros. "Nada que vá causar alguma crise, mas poderá haver alguma reestruturaçao de portfólio", afirmou um operador. Um exemplo das consequências da alta de juros nos Estados Unidos foi o anúncio feito nesta terça pelo governo argentino de que a taxa de 6,5% vai implicar gasto adicional com serviço da dívida.




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