Nacional Titulo
Proibição da Anvisa provoca busca de remédio industrializado
03/11/2003 | 23:48
Compartilhar notícia


No balcão da farmácia de manipulação, o funcionário avisa: "não podemos mais fazer esse medicamento." A informação tem surpreendido pacientes de todo o país que tomam uma das 20 substâncias cuja preparação em farmácias de manipulação está suspensa pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há um mês. Sem poder aviar a receita, eles têm de recorrer a produtos industrializados. Só que nem sempre encontram o que precisam tomar.

"O remédio que meu irmão usa há 30 anos para controlar crises convulsivas, que se chama primidona, não é fabricado no Brasil há um bom tempo", diz Carla Melo, 35 anos, que mora em Contagem, Minas Gerais. A família tem estoque para os próximos 60 dias. Depois, terá de importar o remédio, pagando mais caro. Enquanto 90 cápsulas custavam R$ 39 na farmácia de manipulação, 100 cápsulas do produto importado saem por R$ 140. "Sem contar que pode levar de quatro a 15 dias para o remédio importado chegar." O prazo preocupa, já que o rapaz não pode ficar nem 12h sem o medicamento.

Morador de São Paulo, o empresário Irving Pires, 54, tem de tomar 125 miligramas do remédio carbamazepina (também para convulsões), que está na lista suspensa pela Anvisa. Nesse caso, a substância existe em medicamentos industrializados, mas só em comprimidos de 200 mg e 400 mg.

Histórico - A decisão da Anvisa foi desencadeada pela morte de um menino de 12 anos, relacionada à clonidina, uma das substâncias suspensas. O caso aconteceu em Brasília em agosto; análise preliminar concluiu que houve erro na manipulação do remédio na farmácia. A Anvisa suspendeu todas as substâncias cuja dose de tratamento é próxima da dose tóxica.

Na lista, estão: ácido valpróico, aminofilina, carbamazepina, ciclosporina, clindamicina, clonidina, clozapina, digoxina, disopiramida, fenitoína, lítio, minoxidil, oxcarbazepina, prazosin, primidona, procainamida, quinidina, teofilina, verapamil e varfarina.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;