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Filippi reassume após cinco meses
Nicolas Tamasauskas
Do Diário do Grande ABC
30/11/2006 | 23:22
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Quase cinco meses depois de se licenciar do posto para coordenar as finanças da campanha pela reeleição do presidente Lula, o prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT) está de volta. Ele protocolou um ofício à Câmara avisando que reassume nesta sexta-feira o Executivo. Ele terá pela frente pelo menos três dores de cabeça: as negociações com o Sindema (Sindicato dos Servidores de Diadema) para o Plano de Cargos e Salários, reclamações de atrasos no pagamento de precatórios e dívidas com fornecedores, em torno de R$ 18 milhões.

Prefeito interino nos últimos 13 dias, já que o vice-prefeito Joel Fonseca (PT) também está afastado – integrou uma comitiva em viagem a África do Sul –, o presidente da Câmara, Marco Antônio Ernandez, o Marquinhos (PT), reconheceu nesta quinta-feira que Filippi terá de equacionar o fluxo de pagamentos a fornecedores. “Acredito que ele (Filippi) reassuma trazendo uma experiência muito importante para Diadema, já que ocupou uma função política de destaque no plano nacional”, disse Marquinhos, ressaltando que nos 13 dias em que ficou à frente do Executivo chegou a inaugurar um centro comunitário, entre outras iniciativas.

Após sair-se vitorioso no pleito de outubro, com a reeleição de Lula, Filippi pode ter de administrar no quintal de casa uma disputa velada para a sua sucessão que já começa a se desenhar. O deputado estadual reeleito Mário Reali (PT), já indicado como preferido do prefeito, o vice Joel Fonseca (PT) e o vereador aliado Milton Capel (sem partido) são nomes cogitados. Reali, Joel ou Capel deverão enfrentar o deputado estadual eleito e ex-prefeito José Augusto da Silva Ramos (PSDB).

“No âmbito do partido, já estão em andamento as discussões da sucessão do Filippi”, revelou o secretário de Habitação, Josemundo Dario Queiroz. “Isso ocorre em função de definições do próprio PT, que teve recentemente seu congresso nacional”, completou.

Queiroz disse que tem a mesma opinião do prefeito. “O Mário (Reali) bateu o Zé Augusto na última eleição e pode repetir o feito na eleição municipal”, afirmou, mas fazendo questão de ressaltar que tal comentário se constitui apenas “em uma avaliação pessoal”.

Sindicato – A presidente do Sindema, Kátia Vassoler, admtiu nesta semana que a categoria entrou em “estado de greve”, contra a proposta feita pela administração para o Plano de Cargos e Salários do funcionalismo. Segundo ela, os servidores podem parar no dia 7.

Sindicato e Prefeitura se opõem, principalmente, na questão do biênio (reajuste a cada dois anos de serviço), e na quarta parte (aumento de 25% para quem completa 20 anos de carreira). A administração quer alterar as regras de concessão dos benefícios e o Sindema ameaça com greve caso isso ocorra.

Precatórios – Representante dos precatorianos, Jerri Souza afirmou que a ausência de Filippi nos últimos meses deixou “em aberto” o pagamento dos precatórios. “Agora, com a volta do prefeito, vamos esperar que a discussão seja retomada.”

Em maio, Filippi prometeu depositar todo mês R$ 400 mil para pagar os credores de ações alimentares, mas seqüestros judiciais fizeram com que a administração atrasasse o pagamento, gerando protestos.

O vice-prefeito Joel Fonseca também retorna nesta sexta-feira à administração. Ele esteve em viagem oficial a Mali, na África, participando de intercâmbio sobre gestão municipal. Assim, Marquinhos volta para a Câmara e Capel deixa a presidência.



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