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FHC elogia PT durante coletiva na Alemanha
Do Diário do Grande ABC
03/06/2000 | 16:14
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O presidente Fernando Henrique Cardoso elogiou o PT, neste sábado, durante uma coletiva em Berlim, depois da reuniao com os presidentes de 14 países que discutiram uma fórmula de encontrar meios de fazer com que a globalizaçao reduza a pobreza. Para o presidente, a tarefa de convencimento (em relaçao às realizaçoes do governo) nao é de uma pessoa. Isso depende de mobilizaçao política, dos partidos políticos, assim como da sociedade civil e da mídia. Isto nao significa, de acordo com o FHC, que todos os partidos devam se alinhar ao governo. O presidente disse que admira o PT porque o partido tem a visao de que precisa defender as idéias de seu partido.

"Nesse ponto, o PT é mais avançado", disse ele, explicando que o que é proposto como política doutrinária, se traduz mais na prática política entre os membros do PT. "A responsabilidade da mobilizaçao nao é da oposiçao, é dos partidos da coligaçao do governo, que têm a obrigaçao de estar mais ativo nesse esforço", defendeu o presidente. Na avaliaçao dele, era preciso que todos se envolvessem, sim, quando a questao que está em jogo é de interesse do país. Mas ele reconhece que isso só acontece quando a sociedade é mais amadurecida e que consegue distinguir questoes de interesse político e até político-partidário, das de interesse do país.

FHC lembrou que apenas no caso da política externa há essa convergência. Em outros, os partidos de oposiçao sempre criticam porque acham que o que é bom para o governante é bom para o partido. "Essa mentalidade tem de mudar". Segundo o presidente, a "sensaçao térmica" de que o governo nao faz nada pelo social cresceu porque com a necessidade de ajuste das contas públicas, o crescimento foi reduzido, o que provocou aumento do desemprego. Isso agora, garantiu está mudando, e o governo está convencido de que poderá passar a dar também mais atençao a área social. Fernando Henrique disse que o tratado assinado entre os presidentes, deveria ter sido mais enfático, na defesa da necessidade de inserir os países em desenvolvimento nos centros de decisao política. Ele anunciou para julho, quando será realizada a próxima reuniao do G-7 (países mais ricos) a continuaçao dessa discussao, com decisoes mais efetivas.

Apoio - FHC deu um conselho aos aliados que quiserem sucedê-lo no Palácio do Planalto: "Se os que estao me apoiando quiserem ganhar a eleiçao de 2002, tem de me apoiar muito mais". Segundo o presidente, esse apoio nao pode se traduzir apenas em votos, que reconhece que tem tido, mas em idéias, na defesa dos projetos que estao sendo realizados, principalmente na área social.

FHC fez uma autocrítica e avisou a seus aliados que eles têm de ajudá-lo a provar à populaçao que um trabalho está sendo feito na área social, apesar de a sociedade nao ter essa "sensaçao". Isso nao acontece hoje, de acordo com ele, porque "o governo se comunica mal". "Um partido só chega ao governo quando ganha a batalha das idéias, do conceito", afirmou o presidente, ao explicar que venceu as eleiçoes porque apresentou propostas. Ele admite, no entanto, que nem sempre vence quem apresenta idéias. "A batalha do conceito é muito importante nessa etapa política", comentou, cobrando, em seguida, uma maior mobilizaçao dos partidos aliados na defesa dos objetivos do governo.




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