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Faculdade de Medicina procura doadores para banco de sêmen
Isis Mastromano Correia
Do Diário do Grande ABC
08/01/2009 | 07:00
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Ari Paleta/DGABC


Medo e preconceito ainda desencorajam homens a se tornarem doadores de esperma e por isso o Banco de Sêmen da FMABC (Faculdade de Medicina da Fundação do ABC) lançou mão de várias frentes de divulgação do serviço para encorajar mais gente a procurar o local.

O Banco de Sêmen foi criado há cerca de quatro meses e a procura ainda é baixa. Atualmente o banco conta com oito candidatos a terem seu esperma doado. Se todos forem aprovados, serão 40 amostras. O processo para que o líquido seminal seja aceito e siga para os futuros pais do bebê é primoroso. Depois de ser aprovado, para se tornar um doador, o homem tem de fazer exames de urina, sangue e passa pela primeira coleta de sêmen.

É necessário que se faça cinco extrações de esperma em um intervalo de dez dias cada. Depois de seis meses, o doador passa por nova coleta de sangue para confirmar os resultados do primeiro exame. É a chamada janela imunológica tendo em vista que algumas doenças infecto-contagiosas podem demorar a se manifestar.

"As pessoas normalmente ficam assustadas com o assunto (doação), levam pelo lado do machismo e da brincadeira, mas quando explicamos o intuito elas aderem", explica a biomédica da disciplina de Genética e Reprodução Humana da Faculdade de Medicina do ABC e coordenadora do Banco de Sêmen, Juliana Ornelas.

Outro fator que repele os homens da doação é o medo de que futuramente ele seja procurado para assumir a paternidade da criança gerada.
Contudo, o anonimato do doador é garantido pelo Conselho Federal de Medicina na resolução 1.358/92. Somente suas características físicas podem ser reveladas, pois é obrigatória a semelhança entre o doador e o casal receptor dos espermatozóides.

"Mesmo se eu não casar, vou estar tranquilo no sentido de saber que tive filhos e pude ajudar um casal infértil", afirma Pedro (nome fictício), um médico de 31 anos que doou sêmen ao banco. "Acho que é uma troca, tanto o casal me ajuda a ter filho como eu o ajudo a gerar uma criança."

Todo o processo de fertilização in vitro pode ser feito pelo Departamento de Genética e Reprodução Humana da FMABC. O custo médio é de R$ 5.000 frente aos cerca de R$ 20 mil cobrados por clínicas particulares de fertilização.

Neste semestre, a faculdade lançará site sobre o banco com informações sobre doação e com as características dos doadores disponíveis.




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