A Suprema Corte do Chile ratificou os processos abertos contra a mulher do ex-ditador Augusto Pinochet, Lucía Hiriart, e seu filho mais novo, Marco Antonio, acusados de serem cúmplices de fraude contra o fisco por sonegação de impostos.

O tribunal ratificou os processos após rejeitar de forma unânime os dois habeas corpus apresentados pela defesa da ex-primeira-dama e do caçula do ex-ditador (1973-1990).

A resolução confirma o ditame do último dia 19 da Corte de Apelações de Santiago, e o veredicto do dia 10, pronunciado pelo juiz Sergio Muñoz, que ordenou o processo e a prisão do filho e da mulher de Pinochet.

O advogado de defesa de Lucía Hiriart, Pablo Rodríguez, disse que a decisão da Suprema Corte foi "um erro", porque a legislação tributária chilena não estabelece a qualidade de cúmplice.

Lucía e Marco Antonio foram presos no dia 10, acusados pelo juiz Muñoz de cumplicidade numa fraude tributária atribuída ao ex-presidente. Em seu parecer, Muñoz destacou que ambos tiveram participação nas manobras de Pinochet para ocultar quase uma centena de contas bancárias nos Estados Unidos e em outros países, com depósitos que chegavam a US$ 27 milhões. O juiz estimou que o dinheiro era produto de sucessivas fraudes contra o fisco.

A ex-primeira dama foi libertada depois de passar um dia na prisão e pagar uma fiança de US$ 3, 8 mil, mas Marco Antonio já está há duas semanas na Penitenciária de Capuchinos, em Santiago.