Política Titulo
Ciro critica política econômica do governo FHC
Do Diário OnLine
23/07/2002 | 14:50
Compartilhar notícia


O candidato da Frente Trabalhista (PPS/PTB/PDT) à Presidência da República, Ciro Gomes, criticou nesta terça-feira a política econômica do governo de Fernando Henrique Cardoso. As declarações foram dadas durante palestra para empresários na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).

Ciro afirma que o Brasil precisa de uma “dinâmica de construção de poupança interna vinculada ao investimento interno”, para diminuir a dependência do capital externo e minimizar os efeitos de crises econômicas mundiais.

A reforma tributária também foi discutida. “Quando implantamos o real, a carga tributária no Brasil representava 22% do Produto Interno Bruto (PIB) e hoje ela é de 34,5% do PIB. Quem pode dizer que Fernando Henrique Cardoso não promoveu uma reforma tributária?”, perguntou Ciro.

Para o ex-governador do Ceará, é preciso que se crie um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que incidiria sobre o consumo. “Hoje, dois terços da arrecadação é feita na produção e nos salários e só um terço no consumo e nos grandes capitais e propriedades, sendo que deste um terço, apenas 8% é sobre os capitais e propriedades. Com essa distribuição, como é que se pode ter consumidores? Uma economia capitalista não se sustenta sobre consumidores”, explicou.

A proposta de Ciro prevê que metade da arrecadação do IVA volte ao Estado de origem e a outra metade seja dividida conforme a renda da população. Quanto menor a renda, maior a destinação de recursos.

O candidato também defendeu a realização de plebiscitos para consultar a população sobre as melhores soluções para problemas estruturais do país. “Não é possível resolver isso só no Congresso, porque os deputados são contemporâneos. Eles não vão votar contra interesses imediatos dos seus eleitores”, afirmou.

Sobre a flexibilização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), Ciro afirmou que convenceu seu candidato a vice, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, de sua inviabilidade no Brasil. Paulinho é presidente licenciado da Força Sindical, central que defende o fim da CLT.

“O Paulinho compreendeu que o debate parte da premissa de que a CLT é anacrônica, precisa ser modernizada, mas, como tudo na vida, tem o lado do bem e do mal, e flexibilização é conversa norte-americana”, declarou.

A Fiesp recebeu na semana passada o candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho. O próximo palestrante será Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia 30.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;