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Prefeitura empurra o
Brunão com a barriga
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
11/03/2011 | 07:30
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O Estádio Bruno Daniel vive cercado de promessas e projetos, mas, de concreto, nada sai do papel. Desde fevereiro de 2009, quando sofreu alagamento durante partida entre Santo André e Marília pelo Campeonato Paulista, a Prefeitura apresentou diversas propostas para reformar arquibancadas, vestiários, sala de imprensa, marquise e outras partes do local. Mas, desde então, mesmo com verbas liberadas, os prazos são empurrados com a barriga. Quem sofre são os torcedores e o principal locador do espaço, o EC Santo André, representante da cidade no Estadual e no Brasileiro.

Logo após o alagamento de 2009, o então secretário de Finanças Nilson Bonome - atualmente nas Pastas de Saúde e de Gabinete - prometeu reforma geral no estádio de forma "agilizada", enquanto o secretário de Cultura, Lazer, Esporte e Turismo, Edson Salvo Melo, afirmou que o Bruno Daniel seria "olhado com mais atenção."

Dois meses depois, torcedores reuniram-se com vereadores na Câmara e ouviram promessa de que R$ 1,2 milhão seria destinado às obras, que iniciariam em 90 dias. Passadas duas semanas, o prefeito Aidan Ravin reiterou o valor e assumiu o compromisso de que a primeira parte começaria até o fim do mês de maio. Mas nada aconteceu.

Mais de um ano se passou e, em julho de 2010, em entrevista ao Diário, Nilson Bonome disse que a Prefeitura investiria R$ 5 milhões no estádio e que em 60 dias começariam as intervenções. Novamente o prazo venceu e agora, nove meses depois, o Brunão tem parte interditada para a torcida, com capacidade limitada a 8.000 pessoas, por problemas na marquise sobre as cadeiras cobertas.

Em janeiro, o secretário de Assuntos Jurídicos, Niljanil Bueno Brasil, foi ao estádio e tratou com a Promotoria do Ministério Público a utilização do local, mas o máximo que conseguiu foi liberar a arquibancada descoberta. Assim, o Ramalhão teve de abrir mão dos jogos grandes e foi forçado a mandar a partida contra o Santos, pelo Paulistão, no Pacaembu, há três semanas. Isso sem contar que ainda irá enfrentar o Corinthians como mandante novamente pelo Estadual e tem chance de encarar o Palmeiras caso os times avancem às oitavas de final da Copa do Brasil.

 

PREFEITURA

Em resposta ao Diário, ontem, por e-mail, Edson Salvo Melo preferiu não dar prazo para o início das obras. "A intenção do governo Aidan é entregar a modernização do estádio até o final do mandato. Ainda estamos aguardando a conclusão dos projetos para início das obras, porém o conceito se manteve a ideia inicial que previa a construção de novos vestiários, modernização da sala de imprensa, aumento na capacidade do estádio, resolução da questão dos alagamentos e solução adequada de engenharia no que se refere à marquise", afirmou.

"Especificamente em relação aos quesitos de segurança ao torcedor, os laudos realizados comprovam a possibilidade de uso do estádio. Contudo, a necessidade de um aumento na capacidade e essas adequações citadas nos levou a realizar estudos e projetos para realização da reforma."

 

 

Variações táticas mostram resultado no Santo André

O técnico Sandro Gaúcho mostrou nos quatro jogos no comando do Santo André que entende de esquema tático. Durante os treinamentos, trabalha variações visíveis nas partidas, baseadas em situações que podem ocorrer. Isso ficou ainda mais evidente nos dois últimos compromissos - empate sem gols com o Palmeiras, sábado, e vitória (1 a 0) sobre o Americana, anteontem - a primeira no Campeonato Paulista.

Diante do Verdão, o Ramalhão foi a campo no habitual 3-5-2, adotado desde que o técnico assumiu o cargo. Porém, diferentemente das partidas anteriores, ele colocou Rychely e Borebi no ataque, dois jogadores de velocidade, sacando Adriano Louzada, que joga mais fixo. Mas com a expulsão de Gilberto ainda no primeiro tempo, o time retraiu-se ao 4-4-1, com Iran compondo o sistema defensivo e Rychely recuado ao meio. O resultado foi o congestionamento do centro do campo e a defesa andreense prevaleceu.

Diante do Americana, a necessidade de vencer era tamanha que Sandro Gaúcho armou a equipe com duas táticas diferentes. Quando atacava, utilizava o 3-4-3, com Borebi, Rychely e Louzada na frente. Ao se defender, apostava no 3-6-1, com Borebi e Rychely ajudando a marcação no meio. O time teve Aloísio expulso e recorreu ao 4-4-1.

Na opinião do treinador, a assimilação do grupo às variações são positivas e dão resultado. "Na véspera do jogo, fizemos trabalho tático tanto com linha de três atrás quanto com duas linhas de quatro (no meio e na defesa). Os jogadores estavam cientes das duas possibilidades e a gente pôde alternar, como foi com um homem a menos", afirmou Sandro Gaúcho. "Sabemos das nossas limitações e estamos trabalhando em cima dos nossos erros. Nesta partida (contra Americana) adiantamos a equipe e vimos evolução dos jogadores e consequentemente, do conjunto", emendou.

O treinador chamou atenção a um fato que deve ser evitado no jogo de domingo, contra o São Paulo, no Morumbi: ter jogador expulso. "Não pode acontecer e, mesmo assim, soubemos suportar a pressão deles", exaltou Sandro Gaúcho, que não quer o time intimidado diante do Tricolor. "Temos que trabalhar. Todos têm que estar preparados. O São Paulo é um grande adversário, mas o Palmeiras também era. Vamos respeitá-los, mas também acreditar que é possível", concluiu.

 

Maratona força comissão a diminuir volume de treinos

O Santo André está em meio à nova maratona de jogos. O time encarou Palmeiras e Americana em intervalo de três dias, pega o São Paulo após mais três (domingo) e em seguida (terça-feira) viaja para São Luís-MA, onde enfrenta o Sampaio Correa pela Copa do Brasil (na quarta). A sequência exige muito trabalho do preparador físico Rodrigo Quito e mais ainda dos atletas.

"A gente pensa mais na recuperação dos jogadores do que em qualquer outra coisa. Diminuímos a intensidade e o volume dos treinos pós-jogo para tentar recuperar todos. Entramos em acordo com o Sandro (Gaúcho) para tentar deixar o grupo todo 100%", afirmou o preparador. "Já tivemos maratona de oito jogos em janeiro e não tivemos problema. Agora faremos da mesma forma."

 

CARAVANA

Haverá ônibus gratuito à torcida para o jogo contra o São Paulo, domingo, saindo às 13h do Bruno Daniel.




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