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Governo uruguaio decreta feriado bancário
Do Diário OnLine
Com Agências
30/07/2002 | 19:44
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O Banco Central do Uruguai decretou feriado bancário depois da moeda do país, o peso, ter registrado forte desvalorização na manhã desta terça-feira. Com a decisão, o BC procura conter a fuga de depósitos do sistema bancário nacional.

Nesta manhã, o peso chegou a ser negociado a 35 pesos por dólar, uma desvalorização de 22,85%. Além disso, as reservas monetárias do país atingiram nesta terça US$ 725 milhões, US$ 52 milhões abaixo do registrado na segunda-feira.

No fim do dia, a agência de classificações financeira Fitch rebaixou a nota em divisas a longo prazo do Uruguai de "B+" para "B" e em pesos a longo prazo de "BB-" para "B", com perspectiva negativa. Segundo a Fitch, embora o governo uruguaio pareça ter fundos suficientes para se manter até o fim do ano, "vai monitorar o ritmo de saques de depósitos e até que ponto a crise bancária estará comprometendo ainda mais a capacidade do governo para honrar a dívida pública".

O feriado, que teve início nesta terça, tem a duração de 24 horas. Segundo comunicado do governo federal, o Banco Central do Uruguai (BCU) suspendeu as atividades do Banco Montevidéu-Caixa Operária "em atenção ao não-cumprimento da normativa vigente".

O banco Montevidéu-Caixa Operária sofreu intervenção em 21 de junho passado por "falta de capitalização", e o governo uruguaio depositou US$ 114 milhões para dar liquidez à instituição.

Depois de conhecida a notícia do feriado bancário, os uruguaios correram imediatamente aos caixas automáticos, que não estavam funcionando.

Na sexta-feira passada, o Banco Central do Uruguai (BCU) dispunha de US$ 725 milhões de ativos de reserva, uma queda de 76,61% em relação aos US$ 3,1 bilhões registrados em 31 de dezembro de 2001.

Nesta segunda-feira, o risco país fechou em 2.842 pontos básicos (28,42%), segundo a medição diária da administradora de fundos República AFAP. No início do ano, o índice se localizava em 216 pontos.

A crise econômica que atravessa o Uruguai se traduziu em uma crise política que custou, na semana passada, a renúncia do ministro da Economia. O Fundo Monetário Internacional (FMI) concedeu ao país US$ 460 milhões no final de junho, quantia que se evaporou em apenas 15 dias com ajudas a bancos, pagamentos de vencimentos da dívida e assistência ao governo.




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