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Novo protesto contra reintegração
Henrique Munhos
Especial para o Diário
17/03/2011 | 07:34
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Cerca de 200 pessoas do Jardim Santa Cristina organizaram novo protesto, junto com o MTST (Movimento dos Sem Teto), contra ação de reintegração de posse. Os moradores saíram de suas casas e foram em direção à Prefeitura de Santo André, onde se reuniram com o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Frederico Muraro Filho.

Segundo uma das líderes do MTST, Maria das Dores, 40 anos, uma nova ordem de despejo chegou para as famílias do Jardim Santa Cristina na terça-feira. O advogado das famílias, Taiguara Ribeiro, 40, disse que a 8ª Vara Cível de Santo André deu mais dez dias para a saída dos moradores. Os manifestantes querem a suspensão da ação. "Se não suspenderem, queremos pelo menos um lugar para essas famílias, que não têm para onde ir", afirma Maria.

Na última reunião do MTST com a Prefeitura, ficou decidido que a administração iria intermediar reuniões com a Caixa Econômica Federal para a compra do terreno. No local, seriam construídas moradias do programa Minha Casa, Minha Vida.

Ribeiro declarou que as negociações estão caminhando para um acordo. "Contamos com o apoio do Ministério das Cidades, da Caixa Econômica Federal e da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), que se comprometeu a protocolar uma intenção de compra até o começo da semana", disse o advogado.

Em nota, a Prefeitura informou que "se a entidade comprovar a documentação necessária de seu cadastro junto ao Ministério das Cidades e à CDHU, ela poderá comprar o terreno e apresentar um projeto para construção de moradias com recursos do governo federal e da CDHU."

Ainda segundo a administração, uma nova reunião será marcada nos próximos dias, "na expectativa de que seja formalizado o plano de ação voltado à área, por meio de um protocolo de intenções a ser firmado entre a CDHU e o proprietário do terreno, suspendendo a ação de reintegração de posse por 90 dias, prazo necessário para que a CDHU conclua o plano junto à Caixa."

Caso o proprietário aceite a oferta, fica a dúvida sobre onde as famílias irão ficar durante o período da construção das moradias. "Uma nova conversa será marcada para decidir sobre o pagamento de bolsa aluguel aos moradores que tiverem de sair de lá. Estuda-se também a construção de alojamentos provisórios aos mais necessitados," afirmou Ribeiro. Maria das Dores afirmou que 111 famílias não têm outro lugar para morar.




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