Na semana passada, o presidente editou uma medida provisória criando 51 cargos para a transição e ditando regras para que o próximo governo recebesse informações da administração atual. "Quantos prefeitos não assumiram há dois anos sem ter recebido nenhuma informação sobre a administração anterior. O governo está praticamente à disposição da nossa equipe de transição", disse.

Lula explicou que a nova equipe será estritamente técnica para não ser confundida com a montagem do governo que, segundo ele, ocorrerá "da forma mais democrática possível". Ele prometeu ouvir os partidos que o apoiaram e setores da sociedade para decidir quem o ajudará a conduzir o país.

Por quase uma hora, Lula se reuniu a portas fechadas com Fernando Henrique Cardoso no Palácio do Planalto. Em seguida, os dois tiveram uma reunião ampliada com o vice-presidente Marco Maciel, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, o ministro-chefe do Gabinete Civil, Pedro Parente, o secretário-geral da presidência, Euclides Scalco, além do presidente do PT, José Dirceu, o coordenador da campanha Antonio Palocci e o ex-deputado federal e assessor do partido Luís Gushiken. Durante o encontro, que durou cerca de 1h05, as duas equipes trataram de aspectos gerais do processo de transição.

Lula visitou também o Senado, a Câmara e o Supremo Tribunal Federal (STF). Nas três visitas, ele agradeceu a disposição mostrada por todos para uma transição segura e prometeu que será um presidente parceiro de todos os Poderes da República.

A visita de Lula em Brasília foi cercada de grande assédio. O presidente eleito foi saudado por dezenas de populares e correligionários na chegada ao Congresso. Dentro do prédio, o assédio ficou por parte de funcionários e parlamentares.