Considerada por muitos como brega, mas fascinante, a arte kitsch ganha grande exposição na nova unidade do Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), localizada na Galeria Prestes Maia, na área central paulistana. Com ingressos a R$ 4, em cartaz até 20 de dezembro de segunda a sábado, Viva o Kitsch traz cerca de 1,2 mil itens, entre eles os manjados pingüins de geladeira, letras para decoração de bolo e miniaturas de automóveis.

A mostra é dividida em dois módulos. Na primeira sala, composta por cerca de 700 peças, foi feita uma recriação da exposição realizada no Masp em 1984 pelo professor Pietro Maria Bardi (fundador do museu) e Olney Krüse, especialista em arte kitsch que, na ocasião, doou os objetos à instituição. Fotografias históricas da época e espaços dedicados aos ícones da cultura pop Elvis Presley, James Dean e Marilyn Monroe ainda integram esse módulo.

Em outra sala estão mais de 500 objetos kitsch colecionados por Krüse e que também integrarão o acervo do Masp. A curadoria é de Eunice Moraes Sophia e do próprio Krüse, que montou em 1973 na Galeria Arte Aplicada a primeira mostra kitsch no país.

Kitsch pode ser definido como arte popular de apelo sentimental, sem grandes pretensões artísticas e datada. Uso de vidro ou acrílico imitando pedras preciosas e a utilização de metais baratos no lugar de prata e ouro são algumas características dos objetos do gênero.

Outra designação para kitsch: reinterpretação popular de peças criadas para uma elite, na qual se encaixam os termos cópia barata e brega e fica evidente a vontade popular em adquirir os símbolos de riqueza da elite. Após o abandono do modismo que envolve esses objetos, eles se tornam raros (pois são descartáveis) e adquirem o status de kitsch.

Um modelo completo (vestido, colar, brincos, pulseira, sapatos, bolsa e batom) da apresentadora Hebe Camargo, nomeada por Krüse como madrinha da exposição, também integra a mostra, que traz ainda uma obra elaborada especialmente para o evento pelo estilista Carlos Miele, da M. Officer.

O acervo kitsch do Masp também contará com mais de 50 livros sobre o assunto. Os volumes em breve estarão na biblioteca do museu à disposição do público interessado.