Artigo

Hoje sabemos que há no mundo cerca de 1,5 bilhão de pessoas portadoras de hipertensão arterial. Sendo a hipertensão a doença crônica de origem cardiovascular mais prevalente no planeta e o mais importante fator de risco para as duas maiores causas de morte nos países desenvolvidos e em desenvolvimento – o enfarte agudo do miocárdio e o acidente vascular encefálico –, tratá-la adequadamente faz diferença na sobrevida e qualidade de vida dos seus portadores.

Por motivos nem sempre encontrados, 5% a 8% dos hipertensos não respondem ao tratamento convencional, feito com remédios, tornando-se portadores da chamada hipertensão resistente. As artérias renais são vasos que ligam a aorta aos rins e possuem participação direta no aparecimento e manutenção da hipertensão arterial. Extensa rede de nervos existentes na parte externa das artérias renais comunica diretamente os rins com o cérebro e são responsáveis pela emissão de ordens nos dois sentidos.

A hiperatividade desse sistema promove desequilíbrio no controle da pressão. Assim, tenta-se através de cateteres colocados no interior das artérias renais melhor controle da pressão arterial, e esse tratamento denomina-se invasivo da hipertensão. Uma vez posicionados no interior das artérias renais, os cateteres são dirigidos para vários pontos e com intensidade e duração de calor determinadas se obtém a denervação da malha nervosa. Assim, diminuindo-se a transmissão dos impulsos nervosos, acredita-se em maior facilidade no controle da pressão sem modificar a qualidade de vida.

Esse tratamento é indicado em casos específicos, por ser tratar de forma de cuidar não usual. Por isso não se pode falar em vantagens ou desvantagens. O que se acredita é que em indivíduos bem selecionados haverá vantagens que não respondem às formas clássicas de tratamento.

Como 5% a 8% da população com hipertensão são chamados hipertensos resistentes e não respondem ao tratamento habitual, eles merecem alguma forma de tratamento adicional que permita evolução igual à maioria dos pacientes que habitualmente respondem ao modo de cuidar com medicação. Porém, este é método ainda em evolução não aprovado na sua totalidade para ser implementado na prática clínica.

Se comprovada sua superioridade em relação ao tratamento habitual para os pacientes hipertensos resistentes, indivíduos muito mais expostos aos efeitos colaterais da hipertensão arterial, nós estaremos dando passo gigantesco para a qualidade de vida e capacidade laborativa desta população.

Flávio Antonio de Oliveira Borelli é cardiologista do Hospital e Maternidade Brasil. 

Palavra do Leitor

Os políticos
Desejaria cruzar com esses homens, se é que podem ser chamado assim, ficar cara a cara com eles e perguntar se têm filhos, netos, genros, noras, mulher e amigos? Como essas pessoas são vistas pela sociedade? Já pensou ou imaginou qual será o futuro deles? A sua ambição é tão relevante que passam por cima de tudo, como tanque de guerra. A ganância os deixa cegos. Como posso confiar em pessoas como eles para resolver o destino do País se nem ao menos se preocupam com os próprios familiares? Meus pêsames para todos eles. Assisto a um seriado, Uma Aventura na África, e o narrador cita algumas espécies de animais que ameaçam o ser humano, e cheguei a uma triste conclusão: ameaça que deixa o homem em pânico não se encontra na África, e sim bem próximo de nós, a duas horas e 15 minutos de avião, em Brasília.
Isael Ribas
São Bernardo

Na calada
Se o governo, por meio da equipe econômica, pretende mesmo economizar, a pergunta que não quer calar é: por que não começar enxugando ministérios e os polpudos salários que, ao apagar das luzes de 2014, foram presenteados às ‘otoridades’?
Aparecida Dileide Gaziolla
São Caetano

Discurso de pose
A cada novo dia deste segundo mandato de Dilma Rousseff fica mais claro que o seu discurso não foi de posse e sim de pose. Hoje, por decreto, cortam R$ 592 milhões por mês do orçamento do MEC. Será este o Brasil, Pátria educadora que nos aguarda?
Claudio Juchem
Capital

Mais tributação
Será que a dita competência do ministro Joaquim Levy vale apenas para a criação de outros tributos, como a provável tributação nas atualmente isentas LCI e LCA? Por que isso, se esses instrumentos de captação trazem recursos para o financiamento da agricultura e habitação, duas das nossas prioridades? É mais um desestímulo para um País tão carente de poupança, prática fundamental para o seu desenvolvimento.
Ronaldo Gomes Ferraz
Rio de Janeiro

Covarde e vergonhosa!
O ataque terrorista que deixou 12 mortos na sede do jornal Charlie Hebdo, em Paris, na quarta-feira, gerou comoção e indignação em todo o mundo. A ação, covarde e vergonhosa, mostra mais uma vez a que ponto pode chegar a violência do ser humano. Posto que, jovens fanáticos se dispõem a praticar atos tão bárbaros contra a liberdade de imprensa, em prejuízo da própria vida. Que mundo é este que não admite convivência pacífica entre os que pensam de maneira diferente? Não se trata de crime contra o jornal ou contra os jornalistas que nele trabalhavam, e sim contra a liberdade de expressão e o direito de todo e qualquer cidadão se manifestar. Enquanto mundo afora todos condenam a tentativa de calar a imprensa, em nosso País alguns querem amordaçá-la por meio de subterfúgios da regulação. A Fadesp (Federação das Associações dos Advogados do Estado de São Paulo) repudia toda e qualquer tentativa de controlar a imprensa e calar a voz do cidadão!
Raimundo Hermes Barbosa, presidente da Fadesp

Economia?
Segundo se informa, apenas as montadoras de veículos demitiram 12,4 mil trabalhadores no País em 2014. É preciso dizer mais alguma coisa?
Eleonora Samara
Capital

Sem apelação!
A Indonésia nega clemência e diz que executará brasileiro acusado de tráfico de drogas. Diríamos que esse é um país sério e que faz cumprir suas leis?
Luis Fernando Santos
Laguna (SC)

Mal comparando...
O Brasil é um País maravilhoso! Não tem terremoto, maremoto, tsunamis e por aí afora. Nem terrorismo! Em compensação, existe um pessoal que orbita ali para os lados de Brasília que dá de dez a zero em qualquer uma dessas catástrofes, em termos de destruição!
José Marques
Capital

Desvio de foco
Emissora brasileira ficou 11 horas ininterruptas cobrindo o atentado terrorista em Paris. É compreensível, aqui no País não tem mesmo nenhum fato relevante que mereça tamanha cobertura. A propósito, tem muita gente que ficou aliviadíssima com essa mudança de foco no noticiário. Melhor nem citar nomes, não é mesmo?
Maria Elisa Santos