Política Titulo Levantamento
Oposição vistoria posto de Saúde para pressionar Grana

Vereadores visitam PA da Vila Luzita, prometem continuidade da fiscalização e cobram prefeito de Santo André

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
23/12/2014 | 07:21
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Orlando Filho/DGABC


Grupo de parlamentares de Santo André que compõem o G-12, ala com vereadores da bancada independente, vistoriou ontem o PA (Pronto Atendimento) da Vila Luzita para pressionar o prefeito Carlos Grana (PT). A medida, segundo os integrantes da Câmara, iniciou após relatos da população em relação à falta de segurança e fila de espera para assistência médica nas unidades de Saúde. O bloco justificou que a iniciativa visa levantar “todos os problemas dos serviços prestados no setor” e, posteriormente, cobrar soluções do Executivo.

Na chegada dos vereadores, perto do horário do almoço, havia cerca de 150 pessoas aguardando atendimento no local e espera de quase quatro horas, de acordo com informações de munícipes. A unidade fica em um dos bairros mais populosos da cidade – o posto recebe aproximadamente 800 moradores por dia. Pacientes reclamaram da demora e condições estruturais do espaço, que será readequado pela Prefeitura no ano que vem para se transformar em UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24 horas.

A ala de vereadores promete dar continuidade na fiscalização. A proposta é verificar as condições de unidades a cada dez dias, com projeção de, em fevereiro, com o fim do recesso, mostrar vídeos na sessões legislativas e entregar relatório a Grana e ao secretário de Saúde, Homero Nepomuceno Duarte (PT). “Há muitas falhas. Vejo como estado de abandono e não é por ausência de dinheiro. São quase R$ 360 milhões na Saúde (previstos no Orçamento). Para mim, é questão de gerência”, avaliou o vereador oposicionista Roberto Rautenberg (PTB).

Dos 12 parlamentares do grupo, cinco compareceram à vistoria. Além do petebista, os vereadores Evilásio Santana, o Bahia (DEM), Cosmo do Gás (PDT), Sargento Lobo (SD) e Bispo Ronaldo de Castro (PRB), eleito novo presidente da Câmara, estiveram presentes. “Só tinham dois médicos na hora que chegamos lá (ao PA) e muita gente para ser atendida”, observou o democrata. Responsável técnica da unidade alegou que o posto, atualmente, possui escala com quatro pediatras e quatro clínicos, que trabalham de seis a oito horas diárias.

O ato indica a intenção de reeditar a unidade da bancada ‘neutra’ na Casa. O G-12 mostrou força no começo da legislatura, em 2013, quando atuava em conjunto para fiscalizar contratos e licitações do governo petista. Entretanto, a postura arrefeceu em menos de quatro meses da criação do bloco. O Paço cedeu espaço com cargos comissionados a alguns componentes do grupo, o que minou as atividades. Parte da ala, inclusive, mudou de posicionamento político, deixando a oposição e migrando para a base de sustentação.

Depois da tumultuada eleição da mesa diretora no Legislativo, o grupo voltou a ter 12 integrantes e retoma as ações. Articulador do Paço, o secretário de Governo, Arlindo José de Lima (PT), minimizou a situação ao justificar que a fiscalização “é papel constitucional dos vereadores”. Segundo ele, a atividade pode servir para auxiliar o Executivo. “Nós vamos analisar o que vier de concreto, de possíveis problemas na rede, e procurar solucionar. Temos disposição de diálogo.”




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