A Prefeitura de São Caetano blindou ontem os servidores que integram a subcomissão que avaliará as propostas técnicas na licitação para prestação de serviços de publicidade. Os funcionários designados entraram por porta dos fundos para evitar a equipe do Diário, que também foi impedida de adentrar à sala na qual acontecia o primeiro encontro para a avaliação dos portfólios das cinco empresas interessadas no contrato de R$ 33,6 milhões por cinco anos.

Embora seja concorrência pública, a Secretaria de Comunicação, chefiada por Fernando Scarmelloti e responsável pelo edital, não permitiu o acompanhamento dos trabalhos de Aline Coppini, Larissa Paiva (as duas colaboradoras da Prefeitura de São Caetano) e de José Roberto Rodrigues de Pontes (indicado pelo Paço de Mauá). Apenas um registro fotográfico foi liberado, com envelopes lacrados das propostas técnicas apresentadas.

A licitação é envolta de polêmica, principalmente pela suspeita de direcionamento a favor da Sotaque Brasil, agência que presta serviços para o governo de Luiz Marinho (PT) em São Bernardo.

Marinho indicou sua secretária adjunta de Comunicação, Gabriela Rocha, para integrar a subcomissão julgadora da proposta técnica. Ela já tinha participado da licitação no Consórcio Intermunicipal, também recomendada por Marinho, e interferiu diretamente para que a Sotaque vencesse a concorrência. Gabriela foi retirada da comissão em São Caetano.

Outra suspeita recai no laço de amizade de Aline Coppini com Nathalie Conrado, ex-funcionária da Sotaque e que hoje trabalha na Secretaria de Comunicação – as duas sentam em baias vizinhas.