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Iraque nao interrompe fluxo de petróleo
Do Diário do Grande ABC
23/11/1999 | 14:12
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O Iraque prosseguiu esta terça-feira com suas exportaçoes de petróleo do porto iraquiano de Mina el-Bakr, que concluirao esta quarta-feira, enquanto as exportaçoes pelo porto turco de Ceyhan continuavam suspensas nesta terça-feira, declarou o porta-voz da ONU, John Mills.

Mills precisou que o último petroleiro iraquiano terminará de ser carregado quarta-feira, pela manha, e nao nesta terça, como estava previsto. Um primeiro navio já completou seu carregamento esta manha e o segundo o fará esta noite, acrescentou Mills.

A ONU anunciou segunda-feira, que o Iraque decidiu suspender as exportaçoes de petróleo para protestar contra as discussoes do Conselho de Segurança sobre a suspensao do embargo.

Bagdá reclama uma suspensao sem condiçoes das sançoes que lhe foram impostas pelas Naçoes Unidas há nove anos, em funçao da invasao do Kuwait em 1990.

O Iraque se mostrava disposto esta terça-feira a interromper totalmente suas exportaçoes de petróleo para protestar contra a ONU porque considera ``uma declaraçao de guerra' o projeto de resoluçao que prevê a suspensao das sançoes em troca de um controle maior sobre seu armamento. A ONU anunciou que o Iraque havia interrompido suas exportaçoes nesta segunda-feira, do porto turco de Ceyhan, no Mediterrâneo, e que cessaria suas exportaçoes de Mina Al-Bakr, terça-feira.

O Iraque tomou esta decisao depois de ter rejeitado a prorrogaçao, por duas semanas, até 4 de dezembro, do programa humanitário da ONU que o autoriza a exportar petróleo para comprar produtos de primeira necessidade.

A decisao iraquiana provocou uma forte alta dos preços do petróleo, que estao superando seus níveis da Guerra do Golfo, em 1991.

O barril do petróleo valia na noite de segunda-feira, no mercado de Nova York, US$ 27, em comparaçao aos US$ 12 de há um ano.

Em Londres, o barril do Brent era negociado, nesta terça-feira, a US$ 25,54 (entrega em janeiro), o que representa sua cotaçao mais alta desde 1991.

O projeto de resoluçao em negociaçao em Nova York prevê que as sançoes serao suspensas depois que a ONU tiver constatado ``a cooperaçao' do Iraque e seus ``progressos' para cumprir com ``as principais tarefas' de desarmamento.

A imprensa oficial iraquiana estima que esse projeto de resoluçao constitui uma ``declaraçao de guerra contra o Iraque'. ``O Iraque nao pode aceitar a manutençao do embargo e a resoluçao em negociaçao no Conselho de Segurança da ONU constitui um complô americano e sionista que significa uma declaraçao de guerra contra o Iraque', escreve o jornal Al-Iraq, órgao dos partidos curdos leais ao regime.

Por sua parte, o jornal Al-Juhuriya acha que ``todos os índices indicam que o que se está preparando apenas é uma declaraçao de guerra contra o Iraque'.

``O projeto de resoluçao concede a um novo organismo encarregado da vigilância do desarmamento prerrogativas similares às da comissao de espioes', acrescenta o jornal, referindo-se à Comissao Especial sobre Desarmamento (Unscom) que Iraque nao quer voltar a ver em seu território.

O Iraque, submetido ao embargo desde 1990, produz oficialmente 2,83 milhoes de barris por dia, dos quais 2,33 milhoes de barris exportados dentro do programa ``petróleo por alimentos'.




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