Depois de seis partidas sem vitórias – cinco no Campeonato Brasileiro e uma na Copa Mercosul –, o técnico Nelsinho Baptista resolveu radicalizar e declarar “guerra aos jogadores” que lhe fazem oposição. Após duas faltas consecutivas do meia Carlos Miguel em treinos, uma no sábado e outra segunda, o treinador anunciou o afastamento do atleta e não o poupou de críticas pesadas. O técnico admitiu que o meia não é o único a interferir negativamente em seu trabalho e a possibilidade de outros cortes nos próximos dias não está descartada. “Quando a gente tem um balde com 11 laranjas e duas ou três estão podres, se a gente demorar um pouquinho, o resto apodrece”, disse o treinador ao justificar o afastamento definitivo de Carlos Miguel.

Segundo Nelsinho, enquanto o problema não estava prejudicando a equipe e a situação parecia contornável, o atleta foi mantido no grupo. Por isso, a decisão de afastá-lo foi tomada ontem. “O Carlos Miguel foi um jogador que não me ajudou em nada desde que cheguei aqui. Deu problema desde a Copa dos Campeões e continuou no Brasileiro”, desabafou Nelsinho. Segundo o treinador o meia “é um mau profissional”: além de não ajudar o São Paulo e os companheiros de equipe, estava completamente indiferente com sua situação no clube. “Para ele tanto faz se o time ganha ou perde”.

Nelsinho não negou que existem outros atletas em situação semelhante. “Não vou mentir dizendo que ele é o único mas, por enquanto, estou falando do que já foi decidido”, disse. O treinador deixou claro que o problema não é recente. “Por que é que os últimos treinadores do São Paulo estão durando cerca de seis meses no clube? E são técnicos bons como o Levir (Culpi), o Paulo César (Carpegiani) e o Vadão não conseguiram permanecer? Vai dizer que o Paulo César, que é um técnico de seleção, que foi a Copa, não é bom técnico?”, pergunta o treinador são-paulino, indignado.