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Carta comprovaria movimentação bancária de Maluf no exterior
Do Diário OnLine
Com Agências
15/06/2004 | 23:46
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Uma carta manuscrita e assinada reforça o rol de provas que os promotores de São Paulo têm contra o ex-prefeito Paulo Maluf (PP) nos inquéritos por enriquecimento ilícito e envio ilegal de dinheiro para o exterior. A assessoria de imprensa de Maluf qualificou o documento, revelado nesta terça-feira à noite pela TV Globo, como "mais uma suspeita que não será provada. Uma acusação típica de período eleitoral."

O manuscrito, enviado ao Brasil pelo Ministério da Justiça da Suíça, é datado de 16 de dezembro de 1996 - duas semanas antes de Maluf deixar o cargo de prefeito de São Paulo. A carta trata sobre o pedido de um correntista ao banco UBS de Zurique para a transferência de US$ 100 milhões à agência em Londres. A assinatura, de Paulo Salim Maluf, confere com a que consta na declaração de bens que o pré-candidato do PP entregou à Justiça.

No texto, escrito em inglês, o correntista pede a "doação de todo o dinheiro atualmente existente na Fundação White Gold para os meus quatro filhos (Flávio, Otávio, Lina e Lígia) em partes iguais". O signatário da carta pede para encerrar a Fundação White Gold e distribuir todos os investimentos para a conta a ser aberta pela Durant Internacional Corporation no banco UBS de Londres.

As investigações do MP apontam que as duas empresas citadas na correspondência - White Gold, na Suíça, e Durant International, na Inglaterra - têm como beneficiário Paulo Maluf. Ele também seria o beneficiário da Red Ruby, que se transformou na Blue Diamond posteriormente.

Dados da Justiça da Suíça apontam que a família Maluf movimentou fortunas por meio de outras cinco empresas e fundações: Timeless Investments e Pérolas Negras Foundation (ambas com Flávio Maluf como beneficiário); Abutera Foundation, Alyka Foundation e Lindsay (com Lígia Maluf como beneficiária). O dinheiro que teria sido movimentado em sete anos é estimado em cerca de US$ 300 milhões.

Em parceria com a Procuradoria da República, a PF (Polícia Federal) investiga o suposto desvio de recursos públicos em obras contratadas na gestão Maluf e contas milionárias em paraísos fiscais. A PF vai submeter Maluf a exame grafotécnico, para confrontar sua assinatura à que foi lançada na ficha de abertura das contas da White Gold e da Blue Diamond - offshore das Ilhas Cayman em nome da qual o ex-prefeito teria feito operações financeiras no Citibank de Genebra.

"Jamais assinei esse documento", rebateu Maluf, por meio de sua assessoria. "Nunca vi essa carta na minha vida", insistiu o ex-prefeito, que deverá ser indiciado criminalmente no mesmo inquérito em que seu sucessor, o ex-prefeito Celso Pitta, foi enquadrado em maio por delitos de lavagem de capitais, sonegação evasão de divisas, peculato e formação de quadrilha.




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