O advogado do banqueiro ítalo-brasileiro Salvatore Cacciola, detido em setembro passado em Mônaco, interpôs uma petição na quarta-feira em um tribunal monegasco por "uso de documentos falsificados" em detrimento de seu cliente.

Franck Michel suspeita que o mandado de prisão usado para deter seu cliente e para o posterior lançamento de um processo de extradição por parte da Justiça brasileira é falso. Segundo o advogado, se essa hipótese se confirmar, o procedimento em seu conjunto apresentaria vício de forma e seria, portanto, irregular.

Cacciola, procurado pela Justiça brasileira por malversação de fundos e gestão fraudulenta, foi detido em 15 de setembro em um hotel de Mônaco. Após sua detenção, o procurador do principado monegasco europeu pediu às autoridades brasileiras que lhe transmitissem o texto original da ordem de prisão emitida contra Cacciola.

Esse documento foi o mesmo que uma ordem de prisão expedida em setembro de 2000 para as autoridades italianas por um juiz do Tribunal Penal do Rio de Janeiro, à exceção da assinatura, que difere. "Essa diferença nas assinaturas levantou suspeitas de falsificação do documento", explicou Michel.