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Países emergentes chegam a acordo para tarifas de importação
28/05/2004 | 23:06
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Os países em desenvolvimento chegaram a um consenso e lançaram as negociações para reduzir as tarifas de importação entre as economias do Hemisfério Sul. Nesta sexta-feira, em Genebra, a partir de uma proposta brasileira, 44 países em desenvolvimento fecharam um entendimento e, com isso, abriram as portas para que sejam iniciadas conversações sobre o futuro das taxas entre os países do Sul. Apesar da iniciativa ter partido de Brasília, o próprio governo não conseguiu chegar a um consenso interno se irá eliminar as tarifas de importação para produtos dos países mais pobres do mundo, entre eles Moçambique, Bangladesh e Haiti.

Segundo um relatório da Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento), países emergentes como Brasil, China e Índia aplicam tarifas de importação mais elevadas que as taxas adotadas por Estados Unidos e Europa sobre os 50 países mais pobres do mundo. De acordo com a Unctad, se as nações emergentes reduzissem suas barreiras, os países miseráveis poderiam se beneficiar mais do comércio internacional. O que o Brasil quer, porém, é debater essa redução no âmbito da Unctad e do SGPC (Sistema Geral e Preferências Comerciais), criado no fim dos anos 80.

Por estar fora do sistema da OMC (Organização Mundial do Comércio), o SGPC permite que as vantagens dadas por um país em desenvolvimento aos demais países pobres não seja estendida aos produtos dos países ricos. Pelas regras da OMC, uma vantagem dada a um país deve ser estendida a todos. A nova rodada de negociações terá agora a chancela oficial dos governos na reunião da Unctad de São Paulo, que ocorre entre os dias 13 e 18 de junho.

Mas nem todos dentro do governo estão dispostos a dar tarifa zero para produtos dos países mais miseráveis do mundo. Uma comissão interministerial foi formada para debater o assunto e ver quais são as sensibilidade de setores industriais e agrícolas contra produtos desses países. O Itamaraty se diz preparado a defender uma eliminação nas tarifas, mas em Brasília alguns membros do governo ainda estariam desconfiados de que uma abertura total para a importação de produtos têxteis de Bangladesh possa afetar setores industriais.




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