Segundo um relatório da Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento), países emergentes como Brasil, China e Índia aplicam tarifas de importação mais elevadas que as taxas adotadas por Estados Unidos e Europa sobre os 50 países mais pobres do mundo. De acordo com a Unctad, se as nações emergentes reduzissem suas barreiras, os países miseráveis poderiam se beneficiar mais do comércio internacional. O que o Brasil quer, porém, é debater essa redução no âmbito da Unctad e do SGPC (Sistema Geral e Preferências Comerciais), criado no fim dos anos 80.
Por estar fora do sistema da OMC (Organização Mundial do Comércio), o SGPC permite que as vantagens dadas por um país em desenvolvimento aos demais países pobres não seja estendida aos produtos dos países ricos. Pelas regras da OMC, uma vantagem dada a um país deve ser estendida a todos. A nova rodada de negociações terá agora a chancela oficial dos governos na reunião da Unctad de São Paulo, que ocorre entre os dias 13 e 18 de junho.
Mas nem todos dentro do governo estão dispostos a dar tarifa zero para produtos dos países mais miseráveis do mundo. Uma comissão interministerial foi formada para debater o assunto e ver quais são as sensibilidade de setores industriais e agrícolas contra produtos desses países. O Itamaraty se diz preparado a defender uma eliminação nas tarifas, mas em Brasília alguns membros do governo ainda estariam desconfiados de que uma abertura total para a importação de produtos têxteis de Bangladesh possa afetar setores industriais.
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