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Sucessão: em compasso de espera
Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
12/11/2006 | 17:03
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É com cautela e sem pressa que a bancada de oposição começou a se organizar com relação à sucessão da Mesa Diretora da Câmara de Santo André, cuja eleição está prevista para o dia 5. A ordem é anunciar o nome que concorrerá à presidência somente após uma definição dos governistas. “Sabemos como as coisas acontecem por aqui. Tem gente que dorme presidente e acorda vereador”, dizem, desconfiados, os vereadores Carlos Raposo (PV) e o atual presidente Luiz Zacarias (PL).

A sustentação, porém, reluta em aprofundar o debate. O motivo, alega, é a falta de consenso em torno de uma candidatura. Tanto petistas quanto aliados que integram outros partidos querem disputar o cargo mais cobiçado do Legislativo. Informações de bastidores dão conta de que o preferido do prefeito João Avamileno é o líder de governo na Casa e presidente do PT de Santo André, Claudio Malatesta (PT).

Só que nos últimos dias dois nomes ganharam força para ficar com a presidência do Legislativo: José de Araújo (PMDB) e Antonio Leite (PT) . Leite, ex-líder do governo na Casa, segue magoado por não ter tido apoio da Prefeitura na sua empreitada a deputado federal. Mas alguns governistas falam reservadamente que hoje ele seria o petista mais preparado para assumir a Presidência, além de ser peça-chave para ajudar o partido na sucessão municipal em 2008.

O que pode lhe atrapalhar é a quantidade de candidatos do PT à sucessão da Câmara. Com isso, se não houver consenso na legenda, o nome certo da base da sustentação é o do peemedebista José de Araújo, que tem bom relacionamento com o governo e com os colegas da Casa.

Na oposição, garante um vereador, a disputa está restrita a quatro nomes: Paulinho Serra (PSDB), Aidan Ravin (PPS) e Carlos Raposo (PV). Destes, Serra é o nome mais forte da lista. <EM>Minoria na Câmara, a aposta do grupo de oposição para permanecer à frente do Legislativo é o possível racha entre os aliados. Apesar de considerarem difícil essa possibilidade, não a descartam totalmente. “Contamos com isso, até porque sem o racha não tem sentido uma conversa da oposição. É matemática. Eles saem com doze votos e a gente com nove”, ressaltou Serra.

"Acho difícil, mas não impossível”, acrescentou Raposo. Sem papas na língua, o parlamentar ressalta, entretanto, acreditar na vitória de Malatesta. “A bancada de sustentação faz o que o prefeito manda. É assim que funciona do lado de lá”, criticou. “Acho que o Malatesta ganha a eleição até porque ele é parente do homem”, sugeriu, referindo-se ao fato de a filha mais nova do petista ser casada com um dos filhos do prefeito Avamileno.

Malatesta, por sua vez, rechaça ser o preferido do chefe do Executivo. “Não tem nada disso. Algumas pessoas (sem citar nomes) até já se colocaram (para a disputa), mas a discussão não foi aberta. Estou à disposição do partido. Faremos o que for melhor para o PT e para o governo”, desconversou.

Ele explicou os motivos que fizeram a bancada petista adiar as reuniões para tratar do assunto por mais de duas vezes. “Tivemos o final das eleições (presidenciais), período que usamos para avaliações e acertos. Isso (sucessão) é um assunto que não podemos tratar com atropelo”, afirmou o Malatesta.

Embora a bancada petista já tenha iniciado a discussão na quinta-feira passada, ele declarou que a reunião dos vereadores do PT está marcada para a próxima terça-feira pela manhã. “Depois, na quinta-feira, sentaremos com a sustentação”, garantiu.




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