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Escola é fábrica de jovens mesa-tenistas
Thiago Silva
do Diário do Grande ABC
28/08/2011 | 07:30
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Com o acanhamento de quem está na pré-adolescência ao dar a primeira entrevista, oito jovens do Educandário Santo Antonio, de Santo André, demonstram toda a desenvoltura quando estão com a raquete e uma bolinha de 40 mm de diâmetro nas mãos para disputar uma partida de tênis de mesa. A vergonha nas palavras some quando começa o jogo no esporte favorito.

Não é por menos que eles conquistaram os Jogos Escolares do Estado de São Paulo na categoria mirim (até 14 anos), nesse mês, nas categorias masculina e feminina, e serão os representantes paulistas no Campeonato Brasileiro de Tênis de Mesa, com duas meninas e dois meninos, em João Pessoa (PB), entre os dias 10 e 12.

Os resultados positivos não pararam no Brasileiro. Além de ganharem os Jogos Escolares de Santo André na semana passada, em julho, a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa realizou a primeira Detecção Nacional de Talentos Olímpicos e escolheu 46 jovens promessas de oito estados. A entidade dividiu-os em três grupos, sendo que o principal conta oito crianças, entre elas três do Educandário.

Resultados expressivos que mantêm vivo o sonho de vê-los em olimpíadas, graças ao trabalho que começa na própria escola. "Eles iniciam aqui, mas claro que também treinam fora, em São Caetano ou Santo André. Aos poucos, vamos revelando atletas", frisou o professor de Educação Física Walter Rocha, que foi profissional de tênis de mesa e dá aulas específicas da modalidade há 14 anos.

Mas, apesar do apoio na escola, a maioria começou a treinar com incentivo dos familiares. "Eu moro em prédio e fico brincando com minha mãe. Faço isso desde os sete anos", diz Eiki Akio Kanashiro, 10 anos, um dos escolhidos pela Confederação. "Sonho em disputar uma olimpíada", completou.

Outro selecionado para o projeto, Rafael Vinicius Torino recordou que começou por diversão aos seis anos. "Eu jogava com meu pai quando uma pessoa me viu e falou para ele me levar a um clube e, desde então, não parei mais", recordou o jovem.

Como a Confederação escolheu apenas atletas até 11 anos, alguns da equipe ficaram fora da Detecção, mas não desanimaram. Um dos desinibidos da turma, Gustavo Kenzo Yokota, 13, tem personalidade ao falar em conquistas, principalmente no Campeonato Brasileiro. "Acho que por equipes (ele vai jogar ao lado Matheus Shimoki) nós temos grandes chances de título, será até tranquilo porque derrotamos no Estadual a dupla de Santos, que era considerada a melhor", opinou.

Gustavo tem planos para o futuro. "Jogo há pouco tempo (cerca de dois anos) e tenho muito que evoluir, mas já consegui bons resultados", recordou o jovem.

Entre as meninas, o colégio vai contar com a experiência de Juliane Akina Kagohara, 13, que disputou o Brasileiro em 2010, com o segundo lugar por equipes. "Esse ano será diferente porque algumas meninas mais velhas saíram devido à idade", ressaltou. A outra integrante da equipe feminina é Bruna Yumi Takahashi, 11, que também estará no projeto da Confederação.

Apesar dos sonhos dos jovens, o professor deixa o recado. "Eles nunca devem se esquecer de estudar, para serem cidadãos. Caso não sejam atletas, que possam tornar-se médicos, advogados, engenheiros,...", pediu Walter Rocha.




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