O mercado imobiliário de novos da região, com exceção de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, registrou, no terceiro trimestre 1.293 apartamentos vendidos, queda de 31,9% frente ao mesmo período do ano anterior. Foi o pior resultado desde 2007, quando a comercialização atingiu 1.206 unidades. A Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC) divulgou ontem as informações.

Segundo o diretor administrativo e do conselho fiscal da entidade, Marcus Vinícius Santaguita, a principal explicação para o recuo nas vendas é o cenário de incerteza dos consumidores no que diz respeito à economia e, principalmente, à estabilidade no emprego.

As construtoras também não se sentiram confortáveis para colocar mais imóveis à disposição na região com o cenário desenhado. Segundo a Acigabc, essas empresas lançaram 937 unidades (R$ 538,6 milhões) nas cinco cidades no terceiro trimestre, queda de 56,3% frente aos 2.142 lançamentos (R$ 666,1 milhões) entre julho e setembro de 2013. O resultado também foi o pior para o período desde 2007, quando as companhias lançaram 836 apartamentos.

“Como todos os demais setores, o nosso também aguarda a definição do governo federal sobre a política econômica”, explicou Santaguita. “Se decidir estimular o crescimento da economia, naturalmente vai incentivar o aumento do emprego e da renda. Nós sempre aguardamos um segundo momento, quando tudo está caminhando bem, para lançar.”

Apesar dos resultados negativos, a VSO (Velocidade de vedas Sobre a Oferta) foi compensadora ao setor, tendo em vista que passou de 6,91%, em julho, para 10,35%, em agosto e 17,92%, em setembro. “Nossa média é de 15%”, disse Santaguita.

A VSO é o quanto representa o número de imóveis vendidos no mês em relação ao estoque mais os lançamentos do mesmo período.

O preço médio dos lançamentos subiu 85%, de R$ 310 mil para R$ 574 mil. Segundo Santaguita, esse incremento foi estimulado por lançamento de unidades de quatro dormitórios no bairro Chácara Inglesa, em São Bernardo, com preços aproximados a R$ 1 milhão.