O ano e pouco de mandato na Câmara Federal deixou cabo Júlio mais seguro. Ele fala com extrema desenvoltura e nao tenta esconder o poder que acredita ter. Para ele, ser prefeito de Belo Horizonte é quase uma conseqüência de seu sucesso nas urnas, nas eleiçoes passadas, quando teve votos em todos os 853 municípios de Minas. A candidatura é "seríssima", segundo cabo Júlio, que garante já ter avisado ao PL que nao é candidato para ser "peça de negociaçao" e que nao aceita ser vice de ninguém. "Porque estaria desmerecendo os meus eleitores", diz.
Apesar de creditar sua vitória às polícias Civil e Militar e afirmar que deve seu mandato a esses servidores, cabo Júlio garante que, como prefeito, nao terá "uma visao de classe". Porém, diz que, como sucessor do prefeito Célio de Castro (PSB), terá a oportunidade de "influir muito mais" para ajudar os policiais.
"Tudo na vida depende de política. Nós só conseguimos mudar a PM depois que fizemos três deputados. Um prefeito pode interferir até na eleiçao presidencial. O governador nao quer um prefeito inimigo", explica o ex-militar, que é pastor evangélico. "Vou ser luz nas trevas. Deus me chamou para ser a diferença."
Sem muito tempo para os sermoes na igreja do bairro de periferia onde mora com a família, em Belo Horizonte, cabo Júlio garante: "Ao me tornar deputado, virei mais pastor do que nunca, para pregar para o presidente, para o governador, para ministros, e mostrar que a soluçao nao está nas Assembléias ou no Congresso, mas em Jesus."
Ele conta que já aconselhou o presidente Fernando Henrique a buscar "em Deus a soluçao" e que o governador Itamar Franco se rendeu à sua pregaçao. Diz que nao aceitou convite para assumir uma secretaria estadual porque já tinha a prefeitura como meta.
O convite feito por Itamar Franco, assegura o deputado, nao teve o objetivo de afastá-lo da disputa pela sucessao de Célio de Castro, a quem o governador apóia.
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