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'Bares vão quebrar se lei seca for mantida', dizem empresários
Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
06/07/2008 | 07:18
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A Lei Seca pode ter um efeito colateral não planejado pelo governo. Se a tolerância para a ingestão de álcool continuar em 2 decigramas de álcool por litro de sangue - um copo de chope -, muitos bares da região podem quebrar diante a queda no consumo. A análise é do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), que já estuda entrar com ação de inconstitucionalidade caso o governo não flexibilize a lei.

A presidente da entidade, Denise Tonelotto, afirma que a medida tem causado a evasão dos clientes. "A lei está gerando pânico e nós estamos sentido os reflexos. Lugares de amplo movimento, como a Rua das Figueiras, em Santo André, e a Avenida Kennedy, em São Bernardo, vão esvaziar. Estes locais, que receberam investimento pesado, vão ficar em segundo plano e boa parte dos bares vai quebrar."

A nova legislação é considerada nociva pelos empresários do setor, que já sentem queda de 20% a 25% no movimento. "As pessoas não estão só deixando de beber, mas de frequentar os bares. A lei é muito rigorosa. Um copo de chope já pode fazer a pessoa perder a carteira de motorista", diz o sócio de seis estabelecimentos na região, Rivail Carvalho.

O colega Kiko Montiani considera a restrição necessária, mas exagerada. "Os bares terão dificuldade em resistir. A lei seria válida com um limite maior. Do jeito que está, funciona como uma indústria de multas, não como forma de educar o povo. Nos Estados Unidos, por exemplo, as pessoas não podem nem abrir uma latinha de cerveja nas ruas. Em compensação, a tolerância é bem maior", diz.

Alterar os limites impostos pelo governo brasileiro é a meta do sindicatos do setor. "Não somos contra a existência de uma lei que limite o consumo, mas queremos chegar a índices como os dos Estados Unidos e Europa que permitem 8 e 6 decigramas de álcool por litro de sangue, respectivamente. Se não funcionar, vamos ter de entrar com uma ação de inconstitucionalidade", diz Denise. Na semana passada, a Abrasel (Associação Brasileira de Restaurantes e Empresas de Entretenimento) já entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a nova lei.

A briga deve ser comprada também pelos distribuidores de bebidas. Segundo o presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Zoilo de Souza Assis, as empresas tiveram as entregas reduzidas. "O pessoal tem reclamado da redução nas compras. Ainda é cedo para planejar, mas acho que o setor deve fazer as contas e calcular o que é mais prejudicial: gastar com o transporte dos clientes ou perdê-los?"




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