O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deve atingir seu menor patamar do ano em junho conforme o boletim Focus do BC (Banco Central do Brasil) desta semana. O documento, que reúne expectativas de economistas das instituições financeiras, apontou que a inflação das famílias com renda entre um e 40 salários-mínimos deste mês fechará em alta de 0,14%. Na semana passada, a projeção era de 0,22%.

Em maio, o IPCA registrou acréscimo de 0,43%. No mês anterior, o resultado subiu 0,57%. De janeiro a março, o indicador variou positivamente 0,75%, 0,78% e 0,52%, respectivamente.

De acordo com a economista do Santander Tatiana Pinheiro, o resultado foi influenciado pelo IPCA-15, indicador da variação dos preços às famílias na metade de cada mês. "O índice veio com grande deflação no grupo dos alimentos. Mas apesar da desaceleração forte, os núcleos continuam subindo", avalia. Ela explica que o peso das comidas foi grande, mas as projeções positivas são garantidas pelos custos dos produtos e serviços que não sofrem alterações sazonais.

O IPCA-15 fechou em aceleração de 0,19% neste mês. E somente o grupo alimentos e bebidas caiu 0,42%.

Considerando apenas a Região Metropolitana de São Paulo, a inflação foi de 0,13%. "Todas as casas esperavam que os alimentos desavelerassem em março ou abril, o que seria mais comum. Mas isso foi adiantando e não aconteceu em maio. Portanto, agora a esperança é de decréscimo no resultado de junho e julho", comenta a economista.

ANUAL - Tatiana destaca a queda na projeção para junho das instituições financeira refletiu nas expectativas do IPCA acumulado no ano. Segundo o Focus, os economistas aguardam a inflação acumulada em 2010 na casa dos 5,55%. Na semana passada, a expectativa atingia 5,61%. Há um mês, o documento do BC apontava IPCA em 5,67%.