A Ford é a marca alvo de concorrentes com fortes pretensões no mercado brasileiro. Quarta colocada em vendas no mercado nacional em automóveis e comerciais leves, a fabricante de origem norte-americana está na mira de franceses, japoneses e coreanos, que intensificam investimentos e ações para subir ao topo e ficar entre os quatro grandes fabricantes do País.

Com fábrica em construção em Piracicaba, a Hyundai afirma abertamente que sua meta é superar a Ford. O responsável pela operação da montadora coreana no continente americano, Han Chang Hwan, disse que o carro compacto que a Hyundai fabricará no Brasil - ainda denominado de projeto HB - será o protagonista para fazer a empresa ultrapassar a Ford em posição do mercado em 2013, ano em que pretende ter mais de 10% de vendas no mercado brasileiro.

"Se, só com importação, já conquistamos mais de 3% de participação, é lógico que vamos aumentar nosso market share com a produção local", afirmou Chang Hwan, durante o lançamento da pedra fundamental da fábrica em Piracicaba.

A alta direção da Toyota também não se satisfaz com a sétima colocação no Brasil. Atualmente, de acordo com ranking da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), a montadora japonesa detém 2,74% do mercado nacional de automóveis e comerciais leves.

Para ficar entre os quatro líderes_- além da Ford, Fiat (1ª colocação), Volkswagen (2ª) e General Motors (3ª) -, a Toyota também constroi fábrica em Sorocaba, além da unidade industrial que já possui em Indaiatuba, onde produz o sedã Corolla. Na nova planta, irá produzir um veículo compacto para competir na maior fatia do mercado brasileiro.

Atualmente na quinta colocação, com 4,93% de participação, a Renault também vem forte ao corrigir o rumo e apostar numa política de montadora generalista - vende desde veículos populares, como o Clio, até produtos voltados para o público com maior poder aquisitivo, como o sedã Fluence. No segundo semestre, pretende lançar o jipinho Duster para concorrer diretamente com o Ford EcoSport.

O grupo francês PSA, que conta com as marcas Peugeot e Citroën, ultrapassou 5% de participação no primeiro bimestre e também está na disputa para não perder os líderes de vista. A empresa vem investindo para ampliar fábricas no Mercosul, aumentar a produção e lançar produtos.

Dentro deste contexto, também devem ser considerados os chineses, que já estão numa disputa por maior fatia do mercado nacional. O presidente da JAC Motors do Brasil, Sérgio Habib, considera que marcas oriundas da China têm potencial de conquistar nos próximos anos pelo menos 5% das vendas.

O presidente da Ford do Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira, considera natural que os concorrentes mirem primeiro a Ford, antes de chegarem aos líderes. "Mas eles se esquecem de que nós também não estamos parados", disse. "Não vamos ceder nenhum espaço", garantiu.

O executivo afirmou que a Ford prepara a maior renovação de produtos em sua longa história no Brasil. Entre os novos produtos, estará a nova geração do EcoSport, que, desenvolvido no Brasil, terá conceito global e poderá ser exportado para outros países.

Nos últimos anos, a Ford desenvolve um bom trabalho, principalmente no Brasil, operação responsável por cerca de 70% da receita da empresa na América do Sul. A montadora acumula mais de 30 trimestres consecutivos de lucro. Em seu portfólio, consta linha ampla de carros, comerciais leves e caminhões - no segmento que vai de leve a semipesados.

Com rede estruturada de mais de 300 revendedores, tem na capilaridade uma de suas forças no território nacional.