Com direção de Marcelo Gomes e roteiro de Bráulio Mantovani, a produção buscou depoimentos de artistas da época e traz imagens de telenovelas da TV Globo transmitidas naquele período. Um dos destaques são as cenas inéditas da versão censurada de Roque Santeiro.
Uma das discussões que o documentário propõe é se a década de 70 representou um vazio cultural no país. Quem concorda diz que os fatos políticos e os exílios afastaram os artistas da produção. A opinião contrária acredita que a época foi de uma cultura alternativa, com experimentações na música, literatura, cinema e teatro. Na televisão, houve a consolidação da indústria cultural.
Entre os depoimentos estão as falas do músico Jards Macalé, do escritor Wally Salomão, do curador Paulo Sérgio Duarte e do encenador Hamilton Vaz Pereira. Na abordagem sobre música, os comentários passam pelos Doces Bárbaros (a reunião de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia), os Mutantes e Hermeto Paschoal, entre outros artistas.
O cinema é lembrado com citações a filmes como Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto, e Iracema, Uma Transa Amazônica, de Jorge Bodanzky e Wolf Gauer. Outra presença é a do clássico underground em super-8 Nosferatu no Brasil, com Torquato Neto.
Marcelo Gomes foi revelado com o documentário Samydarsh: Os Artistas da Rua, de 1993. Outras produções premiadas do diretor são Maracatu, Maracatus e Perna Cabiluda. O próximo projeto é seu primeiro longa, O Cinema, a Aspirina e os Urubus, previsto para ser rodado em 2002.
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